domingo, 4 de outubro de 2015

Por que é tão difícil a prática do desapego?

por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

Podemos algumas vezes deixar de fazer planos, traçar metas pessoais e individuais em detrimento do outro, porém, com o tempo e o amadurecimento peculiar de cada fase da vida, vamos percebendo que cada “escolha” que fazemos, vai de alguma maneira, delineando a história que iremos escrever para o nosso futuro.

São as escolhas que fazemos no decorrer de nossas vidas que irão determinar nossas posturas perante os relacionamentos, sejam eles, afetivos ou profissionais. Podemos ocasionalmente, fazer uma escolha errada, especialmente, quando desejamos de alguma forma, manipular o sentimento do outro, controlando-o, impedindo-o de ser tão livre quanto deveríamos ser.

Passamos a vida montando expectativas, esperando que o outro nos acolha, nos ame, nos elogie, nos dê carinho ou atenção. Esperamos demasiadamente o amor do outro, até compreender que, na verdade, o amor sempre esteve ali, muito mais perto do que podíamos supor e, sendo assim, podemos de posse deste conhecimento efetuar mudanças significativas em nossas vidas.

Paulo Coelho, famoso Escritor Brasileiro, comenta em um de seus livros: “Quando se ama, não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós”. Acredito que o processo seja o mesmo com relação ao desapego.

Mais amadurecidos, vamos percebendo que “o outro” nunca irá mudar sua maneira de ser em razão de uma ilusão criada por nós próprios.
Percebemos que a tão famosa “felicidade” não está no outro, não está no amor que muitas vezes, acabamos mendigando de forma deliberada, mas sim, no processo do “autoamor” – aquele que vamos construindo dentro de nós, passo a passo, tijolo a tijolo, através da prática do desapego, substituindo velhas crenças por novas maneiras de ver e sentir, vivenciando o processo de autoconhecimento e, automaticamente, restabelecendo uma autoestima elevada.

O poder de assumir sua própria vida, eximindo da responsabilidade aquele que supúnhamos ser o responsável pelo nosso sucesso ou insucesso não é tarefa das mais fáceis, porém, sempre recompensado pelo retorno gratificante da nossa libertação interior, do nosso desejo intrínseco de nos tornarmos novamente inteiros e únicos, sem corrermos o risco de novamente nos misturarmos à essência daquele que acreditávamos de forma errônea, ser nossa extensão.

De alguma forma, todo este processo de desapego nos propicia uma volta ao aconchego do lar, àquele que jamais deveríamos ter abandonado em detrimento do outro, pois quem somos nós se não cultivarmos nossa própria essência? Estaremos fadados a viver num deserto árido, onde a chuva o vento não fazendo parte do cenário, nos colocariam apenas como meros sobreviventes e, não autores da própria historia.

Mudanças que fazem bem para a Alma  

Acredito que uma das melhores sensações que podemos ter em relação a nossa Evolução como seres humanos, sejam as pequenas conquistas oriundas de nosso esforço diário em nos melhorarmos.

Compreender que ninguém, absolutamente ninguém tem o poder sobre nós, deixa-nos impregnados da certeza interior de que somente nós somos os responsáveis pelas pequenas mazelas que atraímos, através das emoções que, muitas vezes, teimam em nos desequilibrar: a raiva, a irritabilidade, a mágoa, a tristeza, e tantas outras que vivenciamos no nosso dia a dia.

Perceber-se no comando do próprio Universo, requer esforço, coragem e determinação no caminho da autotransformação.
O autoconhecimento, ferramenta básica para este fim, nos propicia este encontro mágico com nosso EU INTERIOR, levando-nos a sermos os gestores de nossas próprias emoções, pensamentos e sentimentos.

Somos seres caminhantes rumo ao aperfeiçoamento e, para este fim precisamos aprender a soltar as amarras da “mesmice”, saindo da zona de conforto que ainda nos deixa acomodados e distantes da mudança. É preciso soltar a criatividade, rever projetos, ideias, eliminando velhas crenças, inovando, libertando-nos daquilo que já não tem mais serventia.

Li e repasso o que me veio através do pensamento acima. Desconheço o Autor, mas acredito que este texto me escolheu – ele veio ao encontro de tudo o que verdadeiramente busco.

“O processo de mudança interior que nos leva a evolução – é longo, seguro porem, doloroso”. Cada parte de nós que deixa de reagir, cada pensamento destrutivo e egoístico, que perde a força diante de uma atitude e da opinião do outro, é um passo importante na direção da Luz.
Os pensamentos, sentimentos, atitudes e palavras dos outros, que não produzem reações em nós, é um bom sinal. Não é resiliência, é MUDANÇA, EVOLUÇÃO.

Enquanto houver reação de nossa parte por qualquer atitude, acontecimentos ou fatos de outros ou da vida, seja reação negativa, destrutiva, é sinal de que algo ainda esta ruim e um desequilíbrio habita dentro de nós.
Entretanto, no momento que o mundo externo (pessoas e situações) não mais abalar nosso mundo interno, é sinal de que há EVOLUÇÃO chegando”.

Não é aceitação, é integração, participação, é viver no ambiente sem se incomodar com absolutamente nada e sem ficar agitado, revoltado, aborrecido por dentro. A verdadeira evolução não é fácil, é árdua, porem um caminho glorioso, de aprendizados e crescimento.
É o esvaziamento dos ruídos internos, pois enquanto houver segredos guardados, sentimentos retidos ou reprimidos, pensamentos com diálogos estéreis, imagens velhas e discursos repetitivos, o barulho será constante e encontrara a sintonia disso tudo no outro e no mundo.

O caminho é longo, penoso, solitário, mas seguro e a recompensa é certa!

quarta-feira, 12 de setembro de 2012


FAZER O BEM FAZ BEM !

Um dos trabalhos voluntários que a Casa Espirita oferece é o Atendimento Fraterno.
O Atendimento Fraterno é uma tarefa social, que busca receber bem, orientar com segurança, todas as pessoas que o procuram; diante da superação de dificuldades emocionais, físicas, espirituais à luz do Espiritismo.

Na sua grande maioria, as pessoas que nos procuram sofrem dos mais diversos males, entre eles: a depressão, a síndrome do pânico, a baixa estima, o sentimento de culpa, a solidão, os problemas de relacionamentos, sejam eles: afetivos ou profissionais; das drogas lícitas e ilícitas e, especialmente, dos problemas Espirituais , como por exemplo, a Obsessão Espiritual.

Hoje temos a Medicina reconhecendo a Obsessão Espiritual como a “doença da Alma”. Com isso, o CID (Código Internacional de Doenças) inclui a interferência de Espíritos, definindo claramente que hoje, ouvir vozes, ver vultos... Não é mais coisa mais de maluco!

Dentro da visão Espirita, nem toda perturbação emocional ou fisica tem sua origem no campo espiritual; sendo imprescindivel uma averiguação mais profunda, especialmente, dentro da área Médica.
Identificando-se, porém, uma ocorrência de “obsessão espiritual”, recomenda-se o tratamento espiritual, ao mesmo tempo em que, o tratamento médico lhe trata os efeitos.

Nossa diretriz nos atendimentos é recepcionar as pessoas com o maior carinho, tentando tirá-la do estado de tristeza, de desânimo, de mágoa, de todos os estados negativos que possa apresentar. Assim procuramos transmitir perspectivas novas, de cunho espiritual, levantar o ânimo, infundir esperança, despertá-la para uma nova realidade, para seu potencial criativo, enfatizando o amparo espiritual, a presença de seu Espirito Protetor, conhecido como “Anjo da Guarda”.

Dentro desta interação entre paciente e atendente, cria-se uma grande ponte, aonde a recíproca se faz verdadeira, ou seja, ajudando ao outro, nos vemos muito mais ajudados, especialmente, quando nos deparamos com situações tão parecidas quanto as nossas , demonstrando que se estamos ali é porque de certa maneira, estamos em condições de compartilhar aprendizados.

Dentre os muitos casos atendidos, um deles foi bastante marcante:
Uma jovem senhora, aparentando seus 45 anos, adentrou na sala do Atendimento aos prantos. Entre soluços e evidente descontrole emocional, relatou-nos que se encontrava bastante deprimida e não via outra solução para sua vida, que não fosse “acabar com tudo”.

Conversando, questionamos como ela passava o seu dia ; relatando-nos a seguir que perdera completamente a vontade de realizar qualquer atividade; nao encontrava mais alegria ou prazer em fazer coisa alguma.
Ela que até então, adorava cozinhar preparando o almoço da família, conversando com filhos, agora só tinha vontade de permanecer deitada em sua cama. Seus pensamentos perturbadores e contraditórios haviam tomado conta de sua mente e só pensava em acabar com todo aquele sofrimento. Havia seguramente, deixado de confiar em si e na vida.

O marido preocupado resolvera procurar a Casa Espirita, com intuito de buscar uma solução para ajudar a esposa. Diante de uma vida tranquila e sem problemas ao lado da família, ele desconfiava que, talvez, o problema fosse mesmo de ordem Espiritual.

Ao preenchermos a ficha de anamnese da paciente , percebemos que a mesma não havia ido ao Médico, procurando diretamente a Casa Espirita. Diante deste fato, sugerimos que fosse em busca de Profissional da Área da Psiquiatria, visando obter um diagnóstico mais preciso com relação aos seus sintomas.

Após algum tempo, com a confirmação médica de que seu quadro era "depressão" , procurou-nos e constatamos com alegria que a mesma encontrava-se bem melhor e mais disposta. Uma vez feito o diagnóstico, o medico indicou-lhe medicação por algum tempo e Psicoterapia.

Já previamente agendada para iniciar os Tratamentos da Casa, foi imediatamente encaminhada para os mesmos.
A terapêutica espírita abrange três aspectos básicos, como:

- Tratamento Fluidoterápico (os passes), que deve ser ministrado regularmente ao enfermo e que visa o seu reequilíbrio energético, físico e espiritual,
- As reuniões de Desobsessão, que realizam o tratamento espiritual em profundidade, através das comunicações mediúnicas,
- A imprescindível transformação moral que este deve empreender, recebendo para isso todas as informações espiritas necessárias que o motivam para uma mudança interior, o que hoje denominamos na Casa Espírita de “Reforma Intima”.

Após alguns meses , retornou ao Atendimento Fraterno, relatando-nos com entusiasmo que estava realizando Trabalho Voluntário junto a uma Instituição de Idosos e, seu objetivo no momento, era proporcionar a quem precisava, o mesmo tipo de ajuda que havia recebido.

A mensagem que fica é: quando saímos de nós mesmos procurando ajudar o outro, somos duplamente ajudados; já que é ajudando que somos ajudados, é amando que somos amados, e é, principalmente, nos doando que acabamos encontrando a nós mesmos!

domingo, 15 de abril de 2012

AMARGURAS QUE O TEMPO DESTRÓI

por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com


Todas as emoções ou sentimentos que experenciamos durante a vida, terminam por nos trazer algum tipo de aprendizado.
Num primeiro momento, surge a conscientização do fato, tanto em relação a nós próprios como em relação às pessoas com as quais estamos envolvidos.

A conscientização de que algo nos incomoda sugere sempre a mudança para irmos em busca do nosso melhor, prosseguindo com determinação o caminho, visando nossa evolução espiritual, que ocorre, principalmente, através da reforma íntima.
A amargura é um sentimento de mal-estar, angústia, dissabor, ansiedade acompanhado de um aperto no peito (opressão), agonia, ou ainda, uma tristeza profunda que machuca, corroendo nossos sentimentos mais belos.
Com o tempo, ela vai contaminando a todos os que estão ao seu redor. E a pessoa não cresce e nem deixa os outros crescerem. O sofrimento fica muito mais pesado se for associado à amargura.
Um escritor francês dizia que: “tudo cresce e se renova, menos a vida da pessoa quando se gasta em amarguras”.
Por ser um sentimento que surge do âmago do nosso ser, muitas vezes, torna-se dificil sua compreensão, pois as emoções ficam bastante confusas; variando da mágoa ressentida que podemos ter em relação à determinada coisa ou pessoa, até a “raiva” dissimulada, que possamos vir a acumular, com relação a alguns relacionamentos experenciados no decorrer de nossas vidas.
Pessoas insatisfeitas acabam “vazando” de alguma maneira, descarregando sua negatividade no outro, com o intuito de se sentirem mais leves e menos oprimidas.
A tendência é que, quase sempre, acabamos projetando no outro o que realmente está dentro de nós; porém, apontar os defeitos de uma pessoa nem sempre é a melhor opção, pois ninguém está isento de vivenciar as mesmas amarguras da vida.
Podemos pensar que o outro é amargo, mas, não raro, esquecemos que a amargura não anda sozinha, pois sempre terá o alvará de alguém para que possa se complementar. Com certeza, no decorrer de nossas experiências aprendemos que, geralmente, àquilo que criticamos no outro, está também de alguma maneira, inserido dentro de nós.
Aprender a lidar com a amargura dentro de um relacionamento contaminado, nos ensina que alguém, ou alguma coisa deve mudar, sob pena, de ficarmos vivendo uma relação oprimida e infeliz.
Dentro deste cenário, as conversas tornam-se escassas, o diálogo transforma-se em monólogo, as alegrias que deveriam ser vividas a dois já não são tão gratificantes, os sonhos deixam de ser comuns, e, neste momento, a solidão a dois, termina abrindo portas para uma enorme sensação de vazio, nem sempre acalentada pela nossa frieza ou indiferença.
Os parceiros passam, então, a viver suas próprias vidas, dentro de um relacionamento frio e distante. Primeiro, surge o afastamento emocional, pois ambos já não sabem como lidar com seus próprios sentimentos; a afetividade abre espaço para uma guerra surda e muda onde um quer fazer prevalecer seus desejos e vontades, independentemente do parceiro. O respeito mútuo deixa seus rastros de inconformidade.
Surge aos poucos o afastamento físico, como uma forma de expressar através de um “contexto velado” tudo o que passa na alma de cada ser, ocasionado, geralmente, por uma total falta de intimidade e cumplicidade.
Já não são os dois juntos, vivendo felizes e libertos para desfrutarem um relacionamento baseado no carinho, amizade, amor e respeito.
São apenas dois seres encarcerados dentro das próprias prisões, que acabaram construindo para si próprios.
O TEMPO URGE, AVISANDO QUE É TEMPO DE SER FELIZ, tempo de mudarmos nossa sintonia abrindo espaço para que as coisas se modifiquem.
Neste caso, cabe ao parceiro mais consciente ceder, para que as mudanças possam fluir naturalmente.
Dentro deste contexto, três palavrinhas mágicas fazem parte do cenário: a paciência, a tolerância e o perdão.
Caso um dos parceiros não se modifique, é provável que a mudança ocorra de forma individual permitindo, quem sabe, a esperança de que outro finalmente mude, antevendo novos horizontes para que o relacionamento prospere.
De qualquer forma, mesmo havendo somente a mudança de um dos parceiros, o outro, com certeza, já não sofrerá tanto, dando continuidade a sua vida, procurando não envolver-se tanto em questões emocionais, que afinal não lhe dizem respeito.
Lembrando sempre que: cada pessoa é única e responsável por seus próprios sentimentos.
Como poderíamos querer interferir em algo que não nos pertence e, que cabe a cada um decidir através do seu livre-arbítrio?
Temos perante nós próprios a responsabilidade de sermos capazes de nos amar, nos respeitar, valorizar e, acima de tudo perdoar, pois ninguém neste mundo é perfeito.
O perdão nos aproxima das pessoas, enquanto a amargura, a revolta, a mágoa nos afastam daquilo que poderia ser o nosso melhor, enraizando-se nas pessoas com as quais convivemos, gerando desarmonia e dor.
Os aprendizados fazem parte da nossa trajetória de vida e, são eles, os relacionamentos afetivos, familiares ou profissionais, nossos maiores mestres.
Que possamos, portanto, aprender que somente crescemos quando aprendemos!
“Se o ingrato percebesse o fel da amargura que lhe invadirá, mais tarde o coração, não perpetuaria o delito da indiferença”. (Emmanuel)

O EGO E A GRATIDÃO

por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

O Ego por ser EGO-ÍSTA é diante de sua cegueira, incapaz de ver a dor que inflige a si mesmo e aos outros.

Uma coisa que tenho observado é que quanto mais inconsciente estiverem as pessoas, os grupos, os Paises, maior a probabilidade de que a patologia egóica assuma a forma da violência física, tão evidente nos dias atuais.

Tudo o que precisamos aprender é observar a nós mesmos, pois sempre que nos sentirmos superiores ou inferiores a alguem, isso é o ego em ação. Se olharmos honestamente para nossa vida hoje, perceberemos que diante de sua "pseudo" grandeza , o Ego ainda quer fazer prevalecer a sua força , ora impondo suas vontades, ora tentanto controlar tudo o que vê pela frente, perpetuando sua soberania, mesmo que , muitas vezes, tenha que passar por cima das pessoas que lhe são caras.
O Ego é atemporal e por isso não sabe como atuar no momento presente.
Seu objetivo é vivenciar as experiências do passado ou, ocupar-se com coisas do futuro, que ainda não aconteceram; desta forma, quando esta no passado se compraz com o sofrimento de algo que já passou , geralmente, fazendo-se de vitima de alguma circunstância que lhe angarie sentimentos de compaixão, piedade, etc .
Ver-se como vitima é um componente de muitos padrões egóicos, como queixar-se, sentir-se ofendido, ultrajado, e assim por diante.
Diante deste passado e futuro surgem os pensamentos, o dialogo interno, nos trazendo lembranças de coisas agradaveis ou desagradaveis , levando-nos a focar na proxima atividade ou em perigos e possibilidades negativas que são apenas imaginárias ou que até são reais, mas que pertencem ao futuro.
A dualidade surge quando, finalmente, despertamos para o nosso presente, percebendo que quanto mais conscientes estivermos, maiores serão as possiblidades de termos uma vida harmoniosa e plena.
Você já parou para pensar que, quando estamos no Aqui e Agora não há problemas, não há conflitos; não ha dores ; há somente o nosso estado de PRESENÇA, focalizado naquilo que realmente é e nos interessa?
Quando vivemos o Agora, paramos de brigar com a vida e com a gente mesmo!
A nossa alma é por natureza altruísta e , quando decidimos ir ao encontro do nosso mundo interior nos deparamos com outro tipo de realidade, vivenciando a alegria do ser, a paz, a serenidade e, sobretudo, o verdadeiro sentido do amor incondicional.
Este reencontro mais profundo conosco mesmo requer coragem, desprendimento (exercicio da pratica do desapego) e, principalmente, uma enorme disponibilidade interna para nos doarmos às pessoas, auxiliando o Universo na evolução do próprio ser humano.
Estar interagindo com o proprio Universo é ser a propria vida.
Já não somos mais o nosso EU mesquinho e infantil que atua, mas a própria vida que encontra-se inserida em nosso ser.
É dentro desta plenitude que nossa consciência se amplia nos mostrando " que não vivemos a vida, é ela que nos vive".
A vida passa a ser a dançarina e nós somos a dança; ou ainda, a "vida é uma grande orquestra que rege todo o Universo, nós somos a música ".
Por ser “o outro” uma extensão de nós próprios, nunca seremos de fato inteiros enquanto não vivenciarmos a nossa "Alma" ; somos apenas "metades " que não se complementam , buscando incenssantemente o que nos falta.
Sem este compartilhamento, ou sem este sentido “altruísta” que ainda dormita num grande numero de pessoas, ficaremos a mercê do EGO que estará sempre no comando, desejando tão somente, dominar aquele que ainda é um desconhecido para si próprio.
Quando vivenciamos nossa alma de maneira altruísta, levamos os motivos do outro em consideração, partindo da premissa: “faça aos outros , aquilo que gostaria que lhes fizessem” – este é o verdadeiro exercício da Gratidão, que nos possibilita agir de maneira desinteressada e elevada, aproximando-nos cada vez mais uns dos outros.
Somos os autores e protagonistas da Vida, temos no Agora a possibilidade de mudar o rumo das nossas existências. O Ego é a nossa batalha interior na escolha da alma.
O aprendizado que fica é saber que sempre teremos através do nosso livre arbítrio, muitas opções; lembrando que o objetivo da alma não é negar ou fazer desaparecer a personalidade do Ego, mas iluminá-lo, tornando-o um instrumento a serviço da própria alma em sua jornada.

COMO VAI VOCÊ ?

por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

Ser feliz é um estado de espírito, geralmente, conquistado através de uma grande força de vontade e, principalmente, da nossa disponilidade interna para encararmos as mudanças pessoais, importantes para nosso processo evolutivo.

Não é cena incomum encontrarmos alguém que nos pergunta: - Como vai você?
As respostas podem ser as mais variadas, porem, as mais comuns são: – “esta tudo ótimo” ou, "não estou muito bem” e ; neste caso, a pessoa em questão poderá dar inicio a uma série de queixas e lamúrias com relação a seus problemas pessoais.
No caso da pessoa que responde: “está tudo ótimo comigo”, nem sempre sua resposta poderá estar de fato correspondendo a sua realidade interna de infelicidade.
Quantas pessoas que aparentam uma extrema felicidade não são infelizes?
Nao raro, encontramos pessoas com sorrisos forçados, risadas inusitadas, que não são felizes; vivendo suas vidas através de uma aparência nem sempre condizente com sua realidade interna.
Convivemos hoje com situações muito mais estressantes do que há alguns anos atrás; a famosa doença do século - as depressões e síndromes do pânico tão em voga nos dias atuais ; o esgotamento nervoso ocasionado por uma vida estressante e corrida ; as reações emocionais exageradas de pessoas que , sem qualquer motivo aparente, "explodem " dando vazão a uma violencia exarcebada, geralmente, oriunda de processos infelizes.
Acredito que quando deixamos aberta a porta da nossa mente, todos os tipos de pensamentos surgem, ocasionando o que poderíamos chamar de um estado total de inconsciência.
No livro , “O Despertar de uma Nova Consciência” de Eckhart Tolle, ele comenta o seguinte:
“quase todas as pessoas ainda estão identificadas com o fluxo incessante da mente, do pensamento compulsivo, em sua maior parte repetitivo e sem importância.
Não existe nenhum “eu” fora dos nossos processos de pensamentos e das emoções que os acompanham.
“E é esse o significado de ser espiritualmente inconsciente”
No momento em que conseguimos romper com a identificação dos nossos pensamentos, somos capazes de sentir a mudança interior em nosso estado de espirito, deixando de ser o conteúdo de nossas mentes, para nos tornarmos a consciência lá no fundo.
Estes são os momentos inusitados, aonde podemos experenciar um estado alterado de consciencia, aonde predominam sentimentos profundos como: uma alegria indefinivel, paz interior, serenidade, oriunda de uma conexão maior com nossa essencia interior.
Imaginemos nossa mente como um grande jardim que diariamente necessita ser cultivado, regado, podado.
Se deixarmos nossa mente à deriva, as “ervas daninhas”, que são os nossos pensamentos negativos acabam tomando conta do nosso jardim mental.
Por isso, a consciência de que àquilo que estamos conquistando deva ser preservado, ou seja, se meu jardim esta florido, bonito e limpo, porque vou deixar que ervas daninhas, venham lhe tirar sua beleza ?
Estar consciente daquilo que cultivamos no dia a dia nos obriga ao exercício mental ; treinando nossa mente para que o positivo prevaleça, fazendo com que ao respondermos a alguém: " estou ótimo", de fato e de direito estejamos!
É fácil? Claro que não!
É um treinamento diário que exige de nós uma alta performance , em termos de, persistência , força de vontade; nos oferecendo várias possibilidades para exercê-la com eficácia: ou podamos nosso jardim cortando as ervas daninhas que surgirem no meio do caminho, ou ainda, nos utilizamos do método da “substituição” , acrescentando mais flores que , com certeza, irão deixar nosso jardim mais florido e bonito.
A felicidade é algo inerente a todos nós e, podemos estar escolhendo através do nosso livre arbítrio, os pensamentos que nos trazem felicidade ou infelicidade.
A emoção em si não é a infelicidade. Apenas a emoção associada a uma historia triste é infelicidade.
Portanto, lembremos que na essência da nova consciência esta a transcendência do pensamento, a recém-descoberta capacidade de nos elevarmos ao pensamento, de compreendermos uma dimensão dentro de nós que é infinitamente muito maior do que ele.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O OUTRO É SEMPRE CULPADO !




por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

Algumas pessoas atravessam a vida quase que inteiramente tomadas pelo sofrimento, enquanto outras passam por ele aprendendo que longe de ser uma desgraça ou punição, o sofrimento tambem, funciona como reequilíbrio e tratamento para o Espírito.

Existem tambem, outras pessoas que se escondem através de uma armadura tão poderosas que sequer conseguem saber de seus verdadeiros sentimentos, mal tendo conhecimento de si próprias; iludindo-se e escondendo-se, dentro das verdades que criam no seu próprio mundo particular ; são as que comumente dizem: “comigo esta sempre tudo ótimo, " nada vai me acontecer" , "os outros é que tem problemas".

Imaginam, talvez, que nada possam fazer a respeito e, mesmo, sentindo-se infelizes e inadequados preferem esconder-se dentro de sua caverna solitária.
Outros ainda podem tornar-se agressivos, arredios, orgulhosos e, até mesmo, tiranos; descontando com facilidade, sua negatividade nas pessoas de seu convívio, especialmente, dos familiares.

Nesta situação de, descontarmos em cima do parceiro toda nossa insatisfação intima, através de uma irritação , por exemplo, é que ocorrem a grande maioria de discussões familiares, onde, geralmente, um sempre quer culpar o outro pelo seu “estado emocional” - “você esta me irritando “ , quando na verdade, gostaria de dizer "eu estou irritado".
É sempre muito mais cômodo jogar a responsabilidade sobre o “outro”, principalmente, quando queremos nos sentir um pouco melhor.

Não raro, encontramos pessoas que podem estar sorrindo e mantendo uma conversa educada, mas, não é preciso ser paranormal para sentir o caldeirão fervente de emoções infelizes que elas mantêm em segundo plano, esperando pelo próximo acontecimento para reagir, culpando ou confrontando uma pessoa, que poderá ser: a mãe, o chefe, a esposa, o marido, os filhos e tc.

Um exemplo bastante comum que, geralmente, ocorre no dia a dia de grande número de casais, é quando o marido chega em casa cansado depois de um dia de trabalho. O dia para ele pode ter sido péssimo, discutiu com o chefe, foi xingado no trânsito que estava caótico; o calor estava insuportável e, finalmente, quando chega em casa , já está estressado.

A irritação, o nervosismo, o cansaço, tudo levam a crer que a, qualquer momento, ele poderá reagir diante de uma pessoa ou situação em que se sinta provocado. É como uma válvula de escape, que precisa ser esvaziada para não explodir. Quando não temos consciência de que há caminhos alternativos para elaborar este processo, acabamos descontando tudo nos outros.

O marido ou a esposa que chegam em casa, cansados de mais um dia exaustivo de trabalho, podem ser as pessoas que mais reclamam - É o jantar que ainda não está pronto, a luz que ficou acesa no escritório, os brinquedos das crianças espalhados pela casa, o pó da estante que a faxineira não limpou, e por aí vai ; a reclamação, a critica, a cobrança acabam fazendo parte do cenário final.

Algumas esposas podem suportar quietas, ouvindo seus companheiros reclamarem, sem procurar defender-se, “engolindo o sapo”, aguardando que tudo aquilo passe rapidamente.
Não é incomum que, no decorrer do tempo, as mesmas acabem acumulando mágoas, ressentimentos e rancor; sentimentos estes que poderão no futuro ser somatizados para o corpo físico, ocasionando doenças e outros tipos de problemas.

Geralmente, as mulheres ou homens que acabam reagindo de outra forma, tentando defender o seu ponto de vista, são mais determinados e independentes, pois não têm muita “paciência” para aturar o “mau humor” e a "irritação de seus companheiros , tendo consciência de que o problema não esta exatamente com eles, mas sim com o outro ; então procuram de alguma forma, distanciar-se , pensando em outra coisa, ouvindo mas não permitindo que aquele tipo de energia seja assimilada.

Alguns fatores são comuns para o acontecimento das brigas e discussões familiares , porem, a maioria dos motivos são os mesmos, tanto para o homem quanto para a mulher, irritando-se ambas as partes, mas certamente algumas coisas irritam mais a um do que ao outro.
Problemas do cotidiano que acabamos descontando no parceiro são, geralmente, despertados por ações irritantes do dia a dia, que acabam tornando uma proporção bem maior do que realmente tem.

É importante que possamos ampliar nossa consciência, não permitindo que o outro determine a maneira como iremos nos sentir. Quando aprendemos a lidar com isto, procurando não nos envolver na energia negativa do outro, já estaremos dando o primeiro passo, para que toda esta carga direcionada a nós, retorne ao seu local de origem.

Num momento de confronto, “ouça sem ouvir” , procurando manter a sua Paz Mental e, sobretudo , a sua harmonia interna.
Respire fundo e, se preciso conte até mil antes de permitir que o outro o envolva , em suas emoções desequilibradas.



quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

A ERA DO OLHO POR OLHO E DENTE POR DENTE


por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

Falar que alguém é agressivo é fácil, difícil mesmo é reconhecer em nós próprios este tipo de deficiência. A pessoa agressiva é alguém que reage a tudo como se fosse uma disputa, está sempre na defensiva, procurando colocar em prova suas capacidades mentais.

A competição passa a fazer parte da sua vida e, desde cedo, se esforça para nunca falhar, nunca ser excluído, procurando sempre se destacar, sendo o melhor.

O que temos presenciado, em termos de violência, faz lembrar a antiga "Lei de Talião", onde o agressor era punido de maneira igual ao dano causado a outrem. Se, por exemplo, uma pessoa arrancasse o dente de alguém, a pena seria a mesma. A punição era dada de acordo com a categoria social do criminoso e da vítima. Se um nobre homem batesse num escravo, o escravo não poderia bater no nobre homem.

O que nos diferencia hoje, em pleno século XXI desta antiga Lei?

Acusamos, criticamos, agredimos, maltratamos e ferimos nosso próximo com atos e palavras, não medindo esforços para sermos sempre o grande vencedor de qualquer discussão, briga ou agressão. Na verdade, nosso orgulho é o maior empecilho para enxergarmos que a realidade é outra; que é também na derrota que temos a possibilidade de extrairmos valiosas lições/aprendizados, observando que vencer nem sempre deveria estar em primeiro lugar.

No caso da violência, é agressividade que emerge como um vulcão de uma só vez, atingindo tudo o que encontra pela frente. Aquilo que está contido, reprimido dentro de uma pessoa, sob a forma de estresse, acaba explodindo, gerando toda forma de agressão seja ela física ou verbal.

Os exemplos estão aí diariamente, no trânsito: é o motorista que xinga outro arriscando-se a levar um tiro, é a fechada noutro carro que acaba gerando brigas e discussões; e é neste tipo de situação que acabamos nos deparando com pessoas completamente transtornadas pela ira, ódio que vêm acumulando dentro de si mesmas, ficando tal qual uma bomba atômica, pronta para descarregar seus efeitos no primeiro que aparece pela frente.

Segundo pesquisa, a violência está nas escolas, nas favelas, nos condomínios fechados de luxo, dentro da própria casa e, principalmente, no trânsito.
Hoje podemos ter a sensação de estar convivendo com um inimigo sem saber pois, de fato, nunca conheceremos a pessoa com a qual convivemos, inclusive, a nós próprios.

Alguns médicos defendem a idéia de que a violência, em sua grande maioria, é causada por todo tipo de estresse desde o cansaço físico (sono), o psicológico que deixa as pessoas tensas e preocupadas (assaltos e seqüestros relâmpagos), até o estresse social, que é a ansiedade pelo tempo de espera (trânsito), a falta de dinheiro, a luta diária pela sobrevivência.

Uma face bastante cruel da violência é aquela que entra todos os dias dentro da nossa casa, praticamente, sem a nossa permissão. É a Mídia fazendo a sua parte, através da TV, Rádio, Jornal, divulgando, diariamente, notícias deprimentes, recheadas de dor e sofrimento.
Por que será tão dificil falar de coisas boas e positivas? Será que é porque não gera IBOPE?

Um fato curioso é observarmos nossa reação, frente a uma notícia deprimente, como o caso de pedofilia, crianças abandonadas e assassinadas pelos próprios pais, a crueldade com os animais e assim por diante.
Sabemos que algumas pessoas que assistem televisão, frente a cenas de violência, podem ter os mais diversos tipos de reação:

- Há aqueles que assistem à televisão, vendo-a apenas como uma "máquina de mentirinha", dizendo para si mesmo: isto não faz parte do meu mundo, não me atinge diretamente pois, acontece com alguem que desconheço.

- Há também aquelas pessoas mais sensíveis, que se enternecem com o sofrimento alheio, deixando lágrimas escorrerem pela face, dando vazão aos seus sentimentos e emoções; pois na verdade, o que gostariam mesmo era poder estar compartilhando com a dor daquelas pessoas mesmo desconhecidas, levando um conforto, uma ajuda , seja ela qual fosse.

No momento em que começamos a ter "compaixão" pelo sofrimento dos outros, passamos a descobrir o verdadeiro sentido da palavra “amor”.
Sem compaixão pelas adversidades e sofrimentos alheios, o homem continuará alimentando o egoísmo e a maldade em seu coração.

Que possamos refletir na sabedoria da frase abaixo de Martins Luther King:

“A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momento de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em temos de controvérsia e desafio”.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AUTO ESTIMA

por Tania Paupitz

Dicas para melhorar sua auto estima:

- Conscientize-se de que não existe ninguém na face da Terra tão importante quanto você;

- Agradeça sempre, inclusive por aqueles momentos que considera negativos, pois eles também fazem parte do seu aprendizado:
- Não sofra pelo que já passou, vire a página e inicie uma nova vida,

- Invista na sua capacidade para mudança, lembrando que a escolha está em suas maos e o agente de mudança somos nós,

- Mude o visual - coloque aquela roupa que lhe deixa bonita, corte ou pinte os cabelos, ocupe sua mente fazendo alguma coisa nova que lhe dê prazer,

- Reconheça suas qualidades e talentos, sem necessitar do aval do outro para sentir-se alguém especial. A partir do momento que estabelecemos claramente quais os valores e principios que queremos ver respeitado em nós , não mais permitiremos qualquer forma de abuso ou desrespeito por quem quer que seja,

- Amar significa desejar para si o melhor, é a unica forma de evitar que a dependencia afetiva o torne refem daquele que julgamos amar. Muitas vezes, aquilo que acreditamos ser amor, não passa de medo da solidão e de nossa incapacidade de sermos nossos próprios juízes.

- Lembre-se, estar ao lado de pessoas em harmonia, facilita a vida para todos.

- Aquele que se ama abre as portas para que o amor entre em sua vida...

SOU O QUE PENSO

por Tania Paupitz

Já parou para analisar que quando acordamos pela manhã, são os nossos pensamentos que irão determinar como será o nosso dia?

Algumas pessoas, já acordam pela manhã resmungando e reclamando de tudo, seja do tempo chuvoso, da falta de sol, do calor excessivo, do trânsito, do café frio, da correspondência que não chegou, enfim, poderíamos fazer uma imensa lista de coisas, aonde a reclamação ainda faz parte do dia-a-dia, de grande número de pessoas.

Tem coisa pior do que encontrar uma pessoa que só reclama de tudo e de todos?

Costumo dizer que quando as pessoas resolvem mudar seu padrão mental, ou seja, fazendo uma simples operação mental, transformando seus pensamentos negativos em positivos, muitas coisas boas começam a acontecer.

Certa vez ouvi uma explicação sobre a tal “crise” que afeta grande número de pessoas. Diziam que a crise não existe, o que existe são pessoas que comungam dos mesmos pensamentos negativistas em relação à alguma situação, gerando desta forma um pensamento coletivo que poderá afetar grande número de pessoas.

Não fazemos idéia do quanto nossos pensamentos refletem nossa maneira de ser, de agir e, sobretudo, de pensar. Na grande maioria das vezes, estes pensamentos são tão inconscientes quanto a nossa vida. Imagine-se atravessando um imenso rio. Se parar para pensar e analisar o seu pulo antes de saltar na água do rio, poderá pensar: vou saltar, mas vou por ali, pois parece mais seguro, ou ainda, vou tentar me segurar naquele tronco e ir devagarzinho até alcançar aquela margem.

Se eu me jogar sem pensar ou analisar as conseqüências do meu ato, posso ser tragada pela correnteza do rio, bater a cabeça na pedra, me afogar, enfim, as situações negativas podem ser muitas, quando não temos consciência daquilo que pensamos e consequentemente das situações que vamos enfrentar.

Lembremos de que todo pensamento gera uma ação, que por sua vez acaba se manifestando nos gestos, no jeito, no estado emocional e nas atitudes de grande número de pessoas. Pensamento é energia e o tipo de pensamento que temos ira determinar o tipo de energia que esta conosco naquele momento.

Por isso se acordamos pela manhã, agradecendo o dia, procurando mentalizar coisas positivas mesmo antes de abrir os olhos, com certeza, nosso dia será ótimo e, desta forma, atrairemos pessoas, situações afins que irão sintonizar conosco, por uma questão de afinidade mental.

Ao contrário, se já acordo resmungando de tudo e de todos, acabarei atraindo situações similares, ou seja, coisas e pessoas negativas virão fazer parte do meu cenário matutino. Posso ir para o trabalho e de cara já encontro um trânsito tumultuado, com filas quilométricas, pessoas estressadas e mal humoradas.

Já se estou de bem com a vida e especialmente comigo mesma, acabo encontrando um transito que flui, uma vaga que surge inesperadamente, pessoas simpáticas e prestativas e tudo de maravilhoso acaba nos acontecendo.

Pensar é uma atividade inerente do ser humano e tudo o que fazemos envolve nossos pensamentos, por isso eles são tão importantes e merecem nossa atenção, ou seja, precisamos aprender a nos tornarmos conscientes do que pensamos.

Assim como podemos comer inconscientes, sem muitas vezes, sentir o verdadeiro sabor da comida, podemos tambem agir inconscientemente em função dos pensamentos que borbulham na nossa mente.

Uma boa dica para ficarmos conscientes dos nossos pensamentos e sermos nossos próprios observadores, observando de que forma agimos ou interagimos com as pessoas através dos nossos pensamentos.

O que é estar consciente de seus pensamentos? É fazer as coisas observando o que esta passando pela sua mente. Se estiver caminhando, fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de sua raiva, torne-se um observador dela.

A mesma coisa acontece quando ficamos irritados - algum pensamento gerou esta irritação que, por sua vez ao ser observado por nós mesmos, acabara sendo amenizada através da nossa consciência.

Sempre podemos estar escolhendo o que queremos para nossa vida ao acordarmos pela manha: se um dia feliz ou um dia ruim. Saber viver é saber escolher entre o que queremos e o que não queremos, escolhendo entre ficar tristes ou alegres, reagir desta ou daquela maneira, perante as situações da vida.
Podemos mergulhar no mundo das reclamações e lamurias ou podemos escolher viver em plenitude, aproveitando os desafios que a vida nos oferece, para tirar os aprendizados necessários ao nosso crescimento evolutivo.

TARDES MELANCÓLICAS

por Tania Paupitz

Uma chuva fina que parece não querer ir embora, o céu encoberto pelas nuvens cinzentas, no ar paira uma sensação de melancolia, uma saudades nao sei de quê, o vazio de uma solidão que vem me cutucar...

No momento tudo se confunde. Emoções e sentimentos se entrelaçam, como querendo emergir de alguma forma, de dentro de mim.

Muitos talvez, já tenham passado por uma situação destas, porem, nestes momentos aproveito para sentir o que realmente esta se passando no meu interior. Como mera observadora de uma cena qualquer, reparo que mesmo nestes momentos, posso ainda escolher entre, ficar triste, neutra, ou feliz com a situação ao meu redor. Com certeza, minha ação ira determinar como sairei desta situação de melancolia, que no fundo, não saberia definir, entre, positiva ou negativa.

Aproveito o tempo nublado e triste para escrever,  e isso me traz uma sensação de plenitude, como se de repente não estivesse mais sozinha e um pacto houvesse se formado entre mim e o Universo. Compartilhar algo ou alguma coisa, com quem quer que seja, deixa-nos uma sensação de leveza, como se nosso fardo ficasse menos pesado.

Sinto a paz invadir meu coração e, agora o tempo lá fora me parece menos melancólico. Percebo entre as nuvens cinzentas, um lindo arco-íris que começa a surgir. Talvez ele seja um presságio de que estou no caminho certo, sentindo que minhas emoções já estão começando a ficar sob controle.

Posso por um minuto, achar graça disto tudo e me dar conta do quanto, muitas vezes, nos deixamos arrastar por situações desnecessárias; como se nossa mente ficasse à mercê dos acontecimentos de nossa vida.

E quando parece surgir à luz , como num passe de mágica, meus pensamentos acabam de uma forma ou de outra, encaixando-se, fazendo com que afinal, eu perceba que tudo isso foi apenas um momento passageiro, como a nuvem, a chuva, o dia cinzento...

Num relance momentâneo, percebo os aprendizados que ali se encontram, ainda meio encobertos pelas emoções conturbadas ora vivenciadas, num momento anterior.

Dou-me conta então, de que mesmo atravessando estes momentos tristes ou melancólicos, posso aproveitar para aprender alguma coisa - tendo a certeza de que posso optar entre ficar triste ou alegre , determinando dessa forma o meu pensamento e sentimento em relação a qualquer coisa..

Esta certeza, me faz seguir em frente, apostando que cada minuto da vida, VALE A PENA, mesmo aqueles com os quais nos defrontamos com adversidade.

GRATIDÃO

por Tania Paupitz

 Esse sentimento nasce quando entramos em contato com nossa alma, que nos permite experimentar o entusiasmo. Quando sentimos gratidão experimentamos a alegria, bom humor, bondade e uma série de sentimentos nobres, que nos propiciam a alegria de existirmos, pelo simples fato de sermos nós mesmos.

Através da gratidão temos a nítida impressão de que nossa vida fica mais leve, pois, tudo flui com o universo que se abre em abundancia , propiciando-nos ir de encontro a tudo o que queremos e desejamos.

Assim que começamos a valorizar aquilo que temos, começamos a atrair mais coisas boas para nossa vida. Saímos do circulo da carência para entrar no circulo da abundancia.

Para mim, particularmente, o exercício da gratidão é poderoso. A cada manhã procuro observar os presentes que a Natureza me proporciona e, entre eles, o simples ato de dar comida aos passarinhos que vem livremente comer na casinha de madeira do quintal, já é motivo suficiente para me deixar agradecida e nutrida pelo resto da manha, ou ainda, ao me dirigir para o meu trabalho, agradeço a oportunidade que estou tendo de me sentir útil por mais um dia.

Motivos é que não nos faltam para agradecer e procuro estar sempre me lembrando dessa palavrinha tão simples, mas muitas vezes, esquecida: Obrigada! Experimente dizer ou repetir mentalmente, varias vezes ao dia, essa palavra e verá o resultado... Vamos perceber a calma, o relaxamento e a serenidade que nos invade alma. Nós temos muito a agradecer.

A própria Natureza esta sempre nos brindando com suas belezas naturais. Observe mais as montanhas, o mar, as flores, os frutos, os rios, as arvores com sua beleza exuberante e a infinidade de cores que o Universo está, constantemente, nos presenteando através das belas paisagens naturais.

Costumo agradecer também pela presença amorosa de meu animal de estimação, pois além de nos proporcionarem grandes ensinamentos, são o reflexo do amor que sentimos por nós mesmos, fazendo com que esse sentimento de gratidão se expanda e atinja a todas as pessoas com as quais convivemos.

Quando nos tornamos mais conscientes do sentimento da gratidão que existe dentro de nós, começamos a nos sentir grato por tudo o que nos rodeia, pelo ar que respiramos, por estarmos andando, vendo, ouvindo, falando e pelo simples fato de estarmos vivos.

Acredito que a gratidão anda de mãos dadas com a aceitação, já que quando passamos a aceitar as coisas com mais naturalidade, evoluímos espiritualmente, nos libertando de sentimentos negativos como: irritação, impaciência, hostilidade e descontentamento.

Ao invés de reclamarmos e focalizarmos nos defeitos e faltas, podemos procurar avaliar o lado positivo das coisas. Essa é uma maneira de reforçar esse sentimento que já existe dentro de nós. Quando não nos permitirmos vivenciar esse sentimento de gratidão, vivenciamos a dor e o conflito, porque acabamos ficando focados naquilo que não temos, ou ainda, achando que, o que temos nunca é o suficiente.

São as pessoas que estão sempre insatisfeitas com o que tem e, principalmente, consigo mesmas.
O habito de estar constantemente agradecendo aciona a energia curativa do universo, mudando e alterando as circunstancias ao nosso redor.

Outra coisa importante, é não esquecermos de agradecer a nós mesmos. Quando sentimos gratidão por nós, aquietamos a voz interna da autocrítica, da baixa-estima, do julgamento e das duvidas.
Um dos primeiros sinais de que estamos evoluindo espiritualmente é quando nos desvinculamos das coisas negativas que pensamos a nosso respeito e passamos a nos valorizar mais como pessoas e seres divinos que somos.

Há uma frase do Dr.John Gray, Psicólogo, Escritor e Conferencista Internacional, que diz o seguinte: Todo homem sabe: quando sua esposa está satisfeita com as pequenas coisas que ele faz, o que ele tem vontade de fazer? Ele quer fazer mais. Tudo tem sempre a ver com o reconhecimento. Isso atrai coisas. Atrai apoio.

PENSAMENTOS SOBRE O PERDÃOI

por Tania Paupitz




Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso”.

As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia.

- É importante saber diferenciar a desculpa social da desculpa conscientizada. A primeira atravessa as barreiras da boca de forma impensada; pode ser uma manobra ardilosa ou um pretexto para evitar dificuldades futuras diante de situações difíceis.
A segunda sai do coração conscientizado, da alma verdadeiramente arrependida.

Alguns passos para a prática do PERDÃO:

01 – Tome consciência sobre o sentimento de algum fato que lhe tenha acontecido, sendo capaz de expressar o que pode estar errado na situação. Uma boa dica, é escrever a respeito, colocando-se de forma sincera e clara após, queimando o papel , imaginando que aquela energia está sendo consumida através das chamas e cinzas, sendo transmutada pelo Universo,

02 – Permita-se perdoar a si mesmo, fazendo o que for preciso para se sentir mais leve. É uma decisão apenas sua.

03 – Uma boa dica: quando estiver sentindo muita raiva de alguém, procure praticar técnicas de controle de estresse visando atenuar os mecanismos do seu corpo. Quando sentir raiva de uma pessoa que possa ter lhe magoado ou ofendido, visualize-a envolta por uma luz rosa, criando essa energia e irradiando-a através do seu pensamento,

04 – Não reprise mentalmente sua mágoa com relação ao que lhe feriu, seja o que lhe disseram ou fizeram, nesse momento, procure outra opção e mude a sintonia do seu pensamento, não dando poder a ele ou a pessoa em questão. Ninguém pode lhe ferir , se você não permitir. Aprenda a buscar o amor... Esse ainda é o melhor antídoto contra a magoa.

05 – Somente você pode modificar a sua historia de vida pessoal, já que você é o ator principal da sua vida. Passe de vitima para HEROI na historia em que contar.

O PERDÃO NOS LIBERTA do fardo de sermos escravos de nossa própria história.

REFORMA ÍNTIMA

por Tania Paupitz


 Quando pensamos em REFORMA ÍNTIMA sempre devemos começar com um estudo relativo à autocrítica e à conscientização dela decorrente.
A maior dificuldade para se efetuar a tão comentada Reforma Intima está em justamente, descobrirmos dentro de nosso intimo, o que devemos nos reformar? De que forma poderíamos nos melhorar?

Cada pessoa, que tenha o objetivo de investir em seu autoconhecimento, necessita pelo menos admitir seus próprios defeitos, exercitando a força de vontade, inerente a todo ser humano, porem, muitas vezes adormecidas.

A motivação nesse percurso nascerá do confronto da meditação com o cotidiano, nem sempre ideal que muitos adotam. Unindo, pois, a teoria à prática, tendo por finalidade descortinar o ente cristão que há por trás das barreiras insensíveis que o materialismo impõe como regra geral na jornada terrena, o indivíduo sentir-se-á mais leve quando praticar a REFORMA ÍNTIMA.

Na verdade, REFORMA INTIMA está diretamente ligada, ao ato de buscar-se através da elevação moral, que deve ser promovida por cada pessoa. Acreditamos que são muitas as mudanças que deveremos efetuar em nós mesmos, e aproveitamos para citar uns dos dois maiores gigantes que o ser humano tem como desafio a enfrentar, visando promove-lá:

- ORGULHO – defeito muito grave de difícil auto-detecção. Geralmente aparece quando somos intolerantes, não aceitando nenhuma critica ou ainda, revidamos uma agressão para não ouvir comentário do tipo “o que os outros irão pensar se eu não revidar”, por exemplo.

- EGOÍSMO – Instalado na maioria do coração das pessoas, este gigante dificulta muito a nossa posição mental de “nos colocarmos no lugar do outro”, impedindo-nos de verificar se agimos corretamente com as outras pessoas, ou seja, procurando fazer aos outro aquilo que gostaríamos que nos fizessem.

Abaixo sugerimos algumas “dicas” para darmos inicio a nossa reforma intima:

- estudo de si próprio e o seu caráter,

- oração e vigilância constantes,

- resistência as más tentações,

- pratica de fortalecimento mental, através do pensamento positivo,

- Trabalhos voluntários, tendo como objetivo uma melhor a compreensão do que significa o seu        próximo,

- Amor a si mesmo e ao seu próximo,
- Renovar-se interiormente através da praticas espirituais. 

MENTE INSANA

por Tania Paupitz

Fico pensando no quanto uma pessoa muito querida do passado, tinha razão ao afirmar: “problemas a gente é quem cria”. Ao contrário do passado, se eu fosse ouvir esta frase hoje , concordaria plenamente, já que adorava curtir um “probleminha”, como ainda muitas pessoas gostam.

Algumas destas pessoas, já estão tão habituadas a viver dentro dos problemas que elas mesmas criaram que, não saberiam viver suas vidas de outra forma; acabam sendo vítimas de si e circunstâncias externas.

Imagine quantas pessoas passam pela vida, buscando o sofrimento, os problemas, pensando e alimentando na sua mente, pensamentos que derrubam, desestabilizam.

Pense numa cena comum: alguém que não tenha o domínio sobre seus pensamentos , acorda de manha, vê o tempo lá fora e já começa a reclamar, da chuva, do sol, do calor, da preguiça, do marido, do filho ...

A manhã segue, e sinto-me tão nublada e cinzenta quanto o tempo lá fora; meus pensamentos estão soltos e acabo literalmente, sendo empurrada para as situações corriqueiras do dia a dia, que já começam a me acenar.

Sento-me à mesa para almoçar, mas não tendo consciência deste momento, mal sinto o sabor da comida que estou prestes a saborear. Algo que deveria ser prazeroso transforma-se num martírio. Engulo a tudo rapidamente, sinto o estomago embrulhar e acabo saindo para fazer minhas coisas do dia - ir ao Banco, ao Supermercado, ao Shopping...

Ao sair, tudo já vem atrapalhado... um carro quase me bate quando dou uma ré ; grito histericamente com o outro motorista que “graças a Deus” acaba não ouvindo meus palavrões. Por um momento, sinto-me envergonhada de minha atitude intempestiva e num lapso de sã consciência, penso que afinal, o problema esta mesmo é comigo.

Isso me deixa ainda mais triste e ansiosa. Quero mudar, fazer alguma coisa por mim , transformar-me numa nova pessoa: mais calma, centrada, equilibrada emocionalmente – aquela pessoa que não se deixa abalar por coisas externas.

Num relance, este momento de consciência passa tão rapidamente, quanto a minha ida ao Banco, aonde filas enormes já começam a me deixar novamente impaciente.

Aquele homem, um pouco mais a minha frente, conversa no celular despreocupadamente, às gargalhadas, e aquela atitude acaba me deixando bastante irritada.
A fila emperra e já posso notar as pessoas ao meu redor, tão impacientes e irritadas , quanto eu.

Por muito pouco, não perco novamente a cabeça, dando uma bela xingada no homem.
Mas tudo passa novamente de maneira muito rápida; tento controlar minhas emoções que vêm aos borbotões e, por um momento dentro da minha insana loucura mental, parabenizo-me por ter tido uma atitude pacifica, mesmo que minha mente estivesse sendo totalmente contraditória, com a realidade dos fatos.

Sigo meu dia e agora, no supermercado, muita agitação, hoje é dia de pagamento do funcionalismo público e, todas as pessoas parecem resolver fazer suas compras no mesmo dia.
No caixa uma fila gigantesca. Antes de me irritar novamente, procuro acalmar-me , abrindo um pacote de salgadinhos, para que o tempo passe mais depressa. O sinal vermelho do caixa acende e uma Senhora distinta, resolve trocar uma mercadoria... Até o atendente vir, já se passou meia hora.

Uma moça na minha frente reclama da demora e, de repente, estou tambem reclamando, falando pelos cotovelos, feito uma “velha” chata e resmungona...
Por um instante imagino como as emoções afetam as pessoas em sistema de encadeamento e sinto-me muito mal por não ter aprendido a controlar melhor este meu lado.

Saio do supermercado mais exausta do que entrei. Sinto que minhas energias estão zeradas e já não tenho mais vontade de fazer nada, a não ser ir para casa, deitar na minha cama, fechar os olhos e não pensar em nada.

Como seria bom se pudéssemos parar a nossa mente... desligando o motor, fazendo com que tudo ficasse zerado.

Já refeita do cansaço, ao acordar, tomo a decisão mais importante da minha vida: vou mudar e a partir de hoje tomar conta da minha mente, sendo senhora e dona dos meus pensamentos.
Não mais permitirei que ela me domine, fazendo com que eu faça coisas, que muitas vezes não gostaria de estar fazendo.

Inicio o dia fazendo uma pequena oração de agradecimento, especialmente pela chuva, que vem graciosamente molhar todas as plantas e folhagens do meu jardim.
Tomo meu café tranquilamente, mentalizando palavras de otimismo, enchendo minha mente com pensamentos que irão fortalecer minha auto estima e quem sabe, tornar o meu dia mais atrativo.
Ao sair de casa, percebo que minha energia mudou e, já não atraio pessoas e situações problemáticas.

O transito flui, as pessoas são gentis e, pasmem: não há filas hoje!

APRENDENDO ATRAVÉS DOS SONHOS

por Tania Paupitz

Dia destes, finalizando um trabalho que apresentaria para um Grupo de Estudos do qual faço parte, comecei a observar melhor meus sonhos, percebendo que após, ao término deste estudo, tornaram-se mais reais e conscientes, trazendo-me a oportunidade para o autoconhecimento.

Quando surgiu a idéia de escrever alguma coisa sobre este assunto, tive um sonho bastante interessante, que gostaria de poder estar compartilhando. O sonho estava relacionado ao meu companheiro, que abraçado a sua mãe já falecida, chorava copiosamente por seu falecimento.

Dentro da mesma sequência, como se slides estivessem sendo passados, o mesmo, encontrava-se deitado numa cama, lamentando-se e sentindo muitas dores, falando seguidamente, sobre doenças.

Quando despertei no dia seguinte, lembrei nitidamente do sonho e comentei com meu companheiro. O dia seguiu dentro da mesma rotina e, quando estava na Academia, um pensamento muito forte surgiu a minha mente; era tão coerente e conciso, tal qual a realidade do sonho que instantaneamente retornou a minha memória.

O aviso, ou "flash", ou ainda, a mensagem veio da seguinte maneira: "acorde para a vida, vivencie o seu lado sensível, procure sorrir com mais frequencia, externe os seus sentimentos, seja mais espontâneo..."

Naquele momento, percebi claramente que a mensagem era destinada ao meu companheiro, já que por natureza, apesar de ser uma pessoa maravilhosa, é uma pessoa bastante fechada.

Quando retornei à minha casa, conversamos e pude expor aquilo que havia sentido com relação ao sonho. Apesar do silêncio e nenhum tipo de comentário ter surgido, pude sentir um grande alívio pelo fato de poder ter transmitido o "recado" a ele...

Ainda, com relação ao trabalho sobre sonhos, acabei encontrando muita coisa em pesquisas de livros, sites, etc., que acabaram proporcionando-me um maior aprendizado sobre o assunto. Todo sonho, não deixa de ser uma ferramenta importante para as pessoas que se interessam, pelo seu mundo interior e pela sua evolução espiritual.

Dentro da literatura Espirita-Kardecista, do livro "Estudando a Mediunidade - de Martins Peralva", ou ainda, "Minha vida nos Sonhos de Trigueirinho", encontramos a definição de vários tipos de sonhos, entre eles, gostaria de destacar: os SONHOS COMUNS, os REFLEXIVOS e os ESPIRITUAIS.

Geralmente, a maioria dos nossos sonhos são comuns pois, são as impressões que nosso cérebro registrou durante o dia e, que vem a superfície durante o sono. Todas as nossas emoções e sensações psicológicas ou ate mesmo sensações físicas agradáveis e desagradáveis vividas durante o dia, afloram no período do sono.

Por este motivo, frequentemente, ao acordarmos não nos lembramos do que sonhamos ou, se lembramos, não conseguimos entender o sonho, pois eles, quase sempre não possuem uma ordem cronológica, tampouco, uma ordem de locais e pessoas definidos.

Acredito que o sonho que vivenciei com relação ao fato mencionado, esteja diretamente, relacionado ao tipo de "SONHO REFLEXIVO". Estes sonhos são , geralmente, mais significativos para o nosso autoconhecimento, bem como, as fortes impressões vividas, chegam com mais facilidade a superfície do conhecimento.

Já nos Sonhos Espirituais, há o contato do espírito desdobrado do corpo físico com outros espíritos encarnados ou desencarnados. Geralmente neste estágio de sonho, as pessoas costumam relatar diálogos com amigos ou parentes desencarnados, recados ou pedidos (estes nem sempre validos) de espíritos que já vivem na dimensão espiritual.

O que aprendi estudando sobre os Sonhos?

A primeira coisa foi tornar-me mais consciente, não tentando obter um significado imediato mas, sobretudo, procurar através da compreensão, um sentido mais profundo do sonho, verificando que tipo de mensagem poderia conter e, de que forma, este tipo de aprendizado, se encaixaria em minha vida pessoal ou , na de pessoas próximas.

Lembrando uma frase de Paulo Coelho: O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos".

Então, por que não SONHAR?

O que seria de nós, espíritos, se vivêssemos encarnados sem poder sonhar, sem poder voltar ao contato com o plano espiritual que, afinal de contas, é a matriz?

Por outro lado, é através do sono e do sonho que exercitamos a morte, que pode ser considerada a emancipação definitiva.

TODA RUPTURA SUGERE UM NOVO RECOMEÇO

por Tania Paupitz

Toda dor, oriunda do final de um relacionamento conturbado, acaba nos desestruturando emocionalmente, independente de como tenha sido a relação.

Num primeiro momento, podemos achar que aquela foi a melhor decisão que tomamos, que a vida irá surgir esplendorosa, com inúmeras oportunidades e, quem sabe, até um novo amor.
Sonhar é bom, mas quando a ilusão nos contamina, o tombo pode ser bem maior do que imaginamos, por isso é bom, ficarmos com os pés bem fincados no chão, para que nao tenhamos novas decepções.

Na verdade, toda ruptura, todo fim, precede um novo começo que, dependendo de nós, poderá ser positivo ou negativo, relacionado aos aprendizados que possamos estar tirando, dos motivos que possam ter levado ao fim do do relacionamento. No fundo, não deixa de ser uma grande oportunidade, de irmos ao encontro de nós mesmos, quem sabe, resgatando de fato, nossa verdadeira identidade. É a possibilidade de viajarmos para dentro de nós mesmos, fazendo novas descobertas, reinventando nossa vida de maneira criativa e feliz.

Muitas pessoas, terminam um relacionamento, sem tirar um tempo para si mesmas; imagino que seria como tirar umas férias, para relaxar, pensar, refletindo sobre nossa vida e tudo que envolve o nosso futuro dali para frente.

Este tempo deverá ser vivenciado e experenciado, para que não corramos o risco, de lá na frente, nos depararmos com o mesmo tipo de companheiro(a), e as caracteristicas do relacionamento anterior.
As situações mudam, ou seja, mudam os atores, os figurinos, o enredo, mas o palco continua o mesmo, com as mesmas circunstâncias geradas pela ruptura anterior.

Quando não aprendemos a lição de casa, especialmente quando passamos por um relacionamento conturbado, podemos ficar constantemente, repetindo as mesmas lições até, de fato, aprendermos o que tivermos que aprender.

Roberto Shinyashiki” , autor de vários livros de auto-ajuda e palestras motivacionais, num de seus livros, menciona o seguinte:
“Se você não aprender com a dificuldade, vai repeti-la ao infinito".
“Nunca odeie quem te trás o problema. Ele é somente o Professor.
Resolva a dificuldade e agradeça a essa pessoa pela oportunidade de evoluir”.
Quando tomamos a decisão de sair de uma relação insatisfatória, estamos dizendo para nós mesmos, que não nos contentarmos mais com aquela situação. Esta atitude é o maior sinal de que estamos voltando a nos amar, nos valorizando e, acima de tudo, nos respeitando.

Afinal, se não deu certo com alguém, porque não nos darmos uma nova oportunidade de ser feliz...
O mesmo vale para quem se deixa ficar em depressão, querer morrer, ou sair fugindo da relação, sem assumir a responsabilidade por tudo aquilo que um dia se acreditou. Nada disso irá ajudar no seu processo de reconstrução.

Reconstruir não significa querer viver tudo aquilo de novo, ainda que seja com a mesma pessoa ou com outra, é muito mais aprender com a experiência passada, refletir sobre os erros, acertos e viver muito mais consciente do que se deseja e espera de um relacionamento.
É se permitir unir-se a alguém só depois de ter encontrado a si mesmo.
Este é o grande segredo para vivermos bons e sadios relacionamentos.

Em qualquer situação de dor ou sofrimento, lembremos da famosa citação de nosso querido irmão CHICO XAVIER, pelo Espírito de Emmanuel “ TUDO PASSARÁ”...


“ Todas as coisas, na Terra passam
- Os dias de dificuldade, passarão
- Passarão tambem os dias de amargura e solidão...
- As dores e as lágrimas passarão
- As frustrações que nos fazem chorar, um dia passarão
- A saudade do ser querido que está longe passará
- Dias de tristeza... dias de felicidade...
...São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.
Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos nosso pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa, a nos dizer carinhosamente: ISSO TAMBEM PASSARÁ...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre...” (Emannuel)..

PERDAS SÃO APRENDIZADOS

por Tania Paupitz

Todos nós estamos em constante processo de aprendizagem e, como sabemos, as perdas também fazem parte de toda trajetória humana. Aprender a superá-las, eis o nosso grande desafio!

Sempre temos à nossa disposição muitas escolhas através do nosso livre-arbítrio, pois é assim que iremos aprender a lidar com as perdas, seja optando em vencê-las com coragem e obstinação, ou deixando-nos abater pelo desânimo e tristeza.

No fundo, alterando a visão que temos do sofrimento, podemos tirar aprendizados de tudo o que nos acontece, inclusive das coisas que, num primeiro momento, podemos julgar como negativas.
Quando passamos a compreender o sofrimento, aceitando-o como parte do processo natural da vida, ele se torna mais leve e, desta forma, conseguimos fazer com que o mesmo se amenize, possibilitando também um avanço em nosso caminho evolutivo.

As religiões estão aí para ajudar-nos a amenizar grande parte das perdas que sofremos no decorrer de nossas vidas e, dentre tantas filosofias, encontramos o Espiritismo que, nos recomenda a prece pelos entes queridos que partiram, para que seus corações possam se sentir aliviados.

No Livro: "O Evangelho Segundo o Espiritismo", encontramos uma bela coletânea de preces que nos falam da importância da oração pelos entes queridos que acabaram de deixar a Terra, como forma de ajudar no desligamento do espírito, tornando o seu despertar no Além mais tranqüilo e breve.

“Vós que compreendeis a vida espiritual, escutais as pulsações de vosso coração chamando estes bem-amados, e se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós essas poderosas consolações que secam as lágrimas, essas aspirações maravilhosas que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Senhor”.

O importante é perceber os bons momentos que vivemos com esse ente querido. Além disso, tentar entender que nada acontece por acaso, tudo tem uma finalidade e se a separação ocorre; com certeza, causará um grande impacto, porém, temos que guardar um bom sentimento e sabermos que a caminhada foi importante, enquanto estivemos junto daquela pessoa, acreditando que a separação não é o fim. Sempre existe a possibilidade de reencontro. Aprenderemos a lidar melhor com essa separação se tivermos a certeza de que ela é transitória. Todos nós partiremos um dia para o plano espiritual.

Pensemos que não seremos os únicos a sofrer neste mundo.
Reparemos à nossa volta e encontraremos outros irmãos em dores.
Uns lamentam a enfermidade física. Outros choram o ente querido que a morte o levou.
Muitos se debatem nas aflições ante os imprevistos do mundo. Por enquanto, somos todas criaturas que sofrem, carregando suas cruzes intransferíveis.

"Todavia, se já podes enxergar a vida sob o ângulo luminoso que a Doutrina espírita te oferece - não te lamentes tanto e dedica-te ao trabalho de ajuda ao próximo.
Renova teus pensamentos com a prece e o estudo, auxiliando os irmãos do caminho, porque toda ajuda ao próximo será sempre auxilio para ti mesmo”.
(Scheila/ Claytons B.Levy – A mensagem do Dia).

BUSCANDO A FELICIDADE

por Tania Paupitz

Vivemos em constante busca da felicidade. Se fizéssemos uma pesquisa perguntando o que as pessoas em geral mais querem na vida, a maioria das respostas seria, obviamente, a felicidade. Porém, grande maioria das pessoas ainda procura no lugar errado.

Nossa maior ilusão, talvez, ainda resida no fato de depositarmos a felicidade em fatores externos, ou seja, em pessoas ou nas coisas de modo geral. Imaginar que se não estivermos com aquela pessoa dos nossos sonhos, se não tivermos o carro do ano, se não ganharmos muito dinheiro ou ainda se não ficarmos jovens eternamente, nosso grau de frustração poderá aumentar e, nunca realmente vivenciaremos o verdadeiro sentido da felicidade.

Quando colocamos nossas perspectivas nas coisas externas acabamos transferindo esta responsabilidade, que é nossa, para os outros. Somos nós que escolhemos o nosso trabalho e somos nós que ditamos o rumo das nossas vidas. Se não gostamos do nosso emprego, a responsabilidade é nossa, já que fomos nós que o escolhemos. Se não estamos satisfeitos com a pessoa com quem nos relacionamos, a culpa não é dela, e sim nossa. Afinal não somos obrigados a ficar com alguém que não nos faz bem ou ficar a vida inteira num trabalho que não nos satisfaz.

Estes são apenas alguns exemplos de situações que perturbam a nossa paz, roubando momentos alegres, mas que são exclusivamente de nossa responsabilidade. Não adianta culpar o outro, o tempo, o transito, ou seja, lá o que for; todas as situações em que somos envolvidos são oriundas de nossa livre escolha. Podemos estar num transito tumultuado e escolher, entre ficar irritados com tudo e todos ou ficarmos tranqüilos, sabendo que tudo aquilo vai passar e daqui a pouco estaremos trafegando normalmente.

A felicidade está sempre nos pequeno-grandes momentos, na nossa constante busca interior para o autoconhecimento, procurando a nossa reforma intima, tornando-nos responsáveis pelas próprias escolhas; conectando-nos com o divino que existe em cada coisa, seja na natureza, no contato com o outro ser humano, na prece, na gratidão, e principalmente, dentro de nós mesmos.

Fomos feitos para sorrir e para chorar, para errar e acertar. Para encontrarmos a felicidade temos que estar em paz com o nosso “eu” interior, com o nosso lado autentico e verdadeiro, nos aceitando e procurando o verdadeiro sentido de nossa vida, encontrando a nossa missão.

Existe receita para a FELICIDADE? A felicidade é um estado emocional e ele pode mudar a todo o momento. Podemos acordar felizes ou melancólicos, porem, no decorrer do dia, acontece alguma coisa que faz com que mudemos. O que fazer para estarmos sempre bem e felizes? Quando nos percebemos tristes ou melancólicos, procuremos mudar o foco dos nossos pensamentos.

Observe como interpreta as coisas que acontecem ao seu redor, perceba como reage a cada coisa. O tipo de reação que temos sobre aquilo que nos acontece é que vai determinar como será nossa emoção.

Jamais encontraremos a felicidade se ficarmos esperando que as pessoas ajam da forma como queremos ou ainda responsabilizando os outros pelo nosso estado emocional.
A felicidade já esta dentro de você apenas aceite-a e viva feliz!

APRENDENDO COM AS EMOÇÕES

por Tania Paupitz

Acredito que para tudo na vida há uma explicação plausível e, quando procuramos pelas respostas, elas aparecem, seja através de um livro que surge em nossas mãos, um amigo que vem nos dizer alguma coisa, justamente no momento em que mais precisávamos ouvir; os exemplos são muitos, porem, uma coisa é certa – nós somos a causa de tudo o que nos acontece, seja de bom ou de ruim.

A cada dia percebo que todos os acontecimentos de minha vida, estão de alguma forma relacionada com algum fator interno dentro de mim. O corpo é o primeiro a acusar a forma como estou lidando com estes acontecimentos, pois cada parte dele reflete uma emoção.

Estarmos bem sintonizados, tanto emocionalmente, espiritualmente como fisicamente, significa que estamos pensando e agindo em concordância com a nossa natureza individual ou temperamento, ou seja, estamos em sincronia com nossa essência interna.

Ao dar início a este artigo, lembrei de um fato que me aconteceu recentemente: uma serie de sintomas como dor de garganta, tosse, me levaram a procurar um especialista, aonde foi diagnosticada uma “faringite”.

Não fosse minha ida ao médico, quem sabe, o problema poderia ter se transformado numa coisa mais séria como uma pneumonia; mas é claro, tendo um pouco mais de consciência do quanto nos encontramos vulneráveis com a quantidade de novos vírus circulando por aí, devo confessar que não foi difícil  tentar relembrar as varias situações aonde poderia ter pegado o tal vírus...

Automaticamente, surgiu a lembrança daquela amiga a quem dei uma carona e tossia tanto, que mal conseguia articular a palavra, depois outra que por acaso, cruzei num aniversário – ela me deu dois beijinhos e sem disfarçar me disse que estava muito "gripada” e por esse motivo, não ficaria muito tempo comigo, o que confesso foi um alivio, já que não queria pegar a tal “gripe”.

Após alguns questionamentos internos sobre como ou aonde poderia ter pegado a tal “faringite”, um livro que se encontrava na minha estante surgiu diante de meus olhos e para minha surpresa o assunto em questão era sobre doenças psicossomáticas. Lendo sobre o assunto, passei a compreender que o diferencial para se considerar uma doença como psicossomática é entender que a causa está ligada ao emocional da pessoa, à sua mente, aos sentimentos, que se refletem no corpo.

Nesse momento não foi difícil num relance momentâneo, perceber que a minha faringite tinha no fundo uma explicação emocional, e como curiosa que sou, acabei encontrando outro livro - “Metafísica da Saúde” (Gasparetto), que comentava o seguinte: “ Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir às coisas externas nossas frustrações, tornando-nos vitimas , reconhecendo em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que nos acontece na vida”

Esta frase me fez pensar que realmente somos o que pensamos e nossas atitudes com relação a uma doença tanto podem fortalecer quanto enfraquecer ainda mais o nosso sistema imunológico.
Se nos queixarmos, sentindo pena de nós mesmos ou nos ressentimos com a doença, ela se torna mais forte. Por outro lado, há pessoas que aproveitam destes momentos para crescer, podendo ter insights que talvez nunca tenham experimentado antes. Podem também ter acesso ao seu conhecimento e contentamento internos, aproveitando para aprender dentro de todo este processo, que com certeza, a levara para cura muito mais rapidamente do que uma pessoa negativista.

Dando sequência à leitura do livro, não poderia deixar de mencionar o capítulo especifico sobre o tema Faringite: “ é uma inflamação que ocorre quando ficamos irritados com os sapos que engolimos nas situações corriqueiras. Quando não aceitamos as situações do meio em que vivemos ou as atitudes das pessoas de nosso convívio e nos irritamos, nos tornamos vulneráveis a inflamação da faringe”.

Convém lembrar que, se tudo o que os outros nos fazem ou nos falam podem provocar irritação, é porque tem a ver com nosso interior. O fato de não engolirmos algo denota o desconhecimento de nós próprios.

Pude então após essa leitura, me dar conta de uma recente situação vivenciada com algumas pessoas, onde não estava de fato e verdadeiramente me sentindo a vontade; pelo contrario, dentro do contexto havia feito um enorme esforço para no mínimo, parecer agradável e educada, o que acabou me causando um imenso mal estar.

Descobri que no fundo não eram as pessoas que estavam comigo, as responsáveis pelo meu estado íntimo de desconforto e sim, eu mesma que havia me colocado nessa situação. Constatei, de certa forma, aliviada que eu havia repetido um padrão de pensamento negativo sempre que encontrava estas pessoas, e que no fundo não eram elas que me incomodavam, e sim se tratava de uma situação criada por minha própria recusa em aceitar que essas mesmas “falhas” alheias, que eu costumava ver nelas, também existiam em mim.

Finalmente, consegui aprender que em todas as situações, por mais desagradáveis que sejam, existem sempre três lados: o lado negativo, o positivo, e o terceiro lado que corresponde a MENSAGEM do momento, que nada mais é do que a LIÇÃO a ser aprendida.

QUIETUDE MENTAL

por Tania Paupitz

Nossa mente está em constante tagarelice e se não tomarmos as devidas providências, ela simplesmente toma conta da nossa vida.

É  através das palavras, acumuladas no decorrer de várias existências, que nossa mente vai se formando.
O silêncio, ao contrário, está constantemente à nossa disposição, sempre que precisamos entrar em contato com nosso Eu Interior. 

Você já reparou, como necessitamos do silêncio? Ou ainda, como é importante esse contato interno, onde também, temos a oportunidade de aprender, várias coisas, a nosso respeito!
Algumas vezes, nossa mente está tão agitada, com vários pensamentos contraditórios ou distorcida da própria realidade que podemos ter a impressão que nossa cabeça vai explodir a qualquer momento. Hoje em dia, somos constantemente bombardeados por uma série de informações que estão sempre à nossa disposição. Por isso, é de suma importância tirarmos uma folga mental, procurando usufruir do silêncio, como o próprio ar que respiramos. O silêncio interior torna-se imprescindível, principalmente, quando necessitamos recuperar essa paz mental, deixando nossa mente aberta para o fluxo de coisas novas e de tudo aquilo que podemos pensar como sendo uma graça ou uma bênção divina.

Estar em silêncio traduz-se no estado da mente livre de pensamentos e no qual existe uma profunda imobilidade, onde nenhum movimento na superfície pode penetrar ou alterar. Isto se adquire com maior facilidade quando aprendemos a treinar nossa mente, principalmente, através da prática da meditação.

Quando meditamos, observamos o total silêncio que vai se aprofundando, à medida, que vamos nos conhecendo. Se você encontrar dificuldades em entrar em contato com o seu silêncio interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração, expirando e inspirando o ar lentamente. Tomar consciência da nossa respiração, bem como do silêncio que emana desse ato, é algo que, aos poucos, vai transformando nossa vida, tornando-nos mais seguros e autoconfiantes.

É importante praticarmos a arte da observação dos nossos processos e diálogos internos. Observar sem se identificar com aquilo que observamos, como se tivéssemos a capacidade de sair de nós mesmos, indo de encontro a um segundo “eu”, como se fôssemos uma testemunha. É dessa forma que a velocidade de processamento vai diminuindo e os pensamentos vão cessando aos poucos. E assim, nossa mente vai aprendendo a ficar em silêncio. Somente conseguiremos alcançar esse objetivo, através, da prática sistemática e persistente da observação consciente de nós mesmos. Buda, com sua sabedoria universal já aconselhava seus seguidores: “quando vocês estiverem reunidos deveriam fazer uma de duas coisas: discutir o Dhamma ou observar o nobre silêncio”.

Se, por exemplo, nos encontramos diante da televisão, tendo muitas vezes, que “engolir” notícias que nos parecem desagradáveis, podemos escolher entre mudar o canal, desligar a TV ou, simplesmente não assisti-la. Em muitas ocasiões, tenho procurado silenciar minha mente, pois penso que esta é uma das muitas formas de estarmos inseridos no mundo, sem sermos dominados por ele. É como se interagíssemos com o “todo universal” , nos presenteando com esse encontro pessoal, junto à nossa mais pura essência.

Os pensamentos podem ir e vir, movendo-se livremente, porém, eu não me apego a eles, simplesmente os solto, observando-os, distanciadamente. Uma mente que tenha alcançado essa calma interna pode começar a atuar de forma poderosa, dando forma mental ao que recebe do Alto sem se prender a nada, sem produzir nada em si mesma, com serenidade e imparcialidade, trazendo para sua vida o poder e a luz de sua força interior que, com certeza, irá repercutir em tudo que a cerca.

“Tem uma parte no livro de “Osho Silenciando a Mente”, que caracteriza bem esse momento tão importante em nossa vida, que é o silêncio mental: “No presente, apenas a consciência é necessária, mas não a mente. A mente só é necessária em algum lugar do futuro, do passado, mas nunca aqui. Quando você sentir que a mente foi para outro lugar, quando você estiver em uma cidade e sua mente estiver do outro lado do mundo, fique alerta imediatamente. Volte para casa. Volte para o lugar onde você se encontra. Ao comer, coma. Ao andar, ande. Não permita que a mente fique vagando pelo mundo. Novamente, isso não se tornará meditação, mas ajudará em seu caminho”... Rumo ao silêncio e à sua paz interior.

TRIBUTO A BELINHA


por Tania Paupitz




Este era o nome da minha York Shire, que desencarnou repentinamente...
Presumo que não tenha sentido dor, pois tudo aconteceu muito rapidamente.

Talvez, um ataque cardíaco; dizem que esta raça é bastante vulnerável, apesar de, recentemente, o Veterinário ter afirmado que sua saúde era perfeita. Assim como ela era , partiu, linda, perfeita, cheirosa, e com muitos laços de fitas no cabelo, pois havia acabado de sair do pet shop.

Um final de semana para curtir a Serra Gaucha, uma despedida carinhosa, quando percebo seus olhinhos aflitos, já antevendo a minha saída. Um breve retorno emocionado ante aquele olhar meigo , fez com que a pegasse no colo delicadamente, dando-lhe um beijo de despedida em seu focinho, dizendo: a mãe não demora minha princesa, é só um final de semana.

Para quem presencia esta cena tão incomum, ou ainda, para pessoas que vêem um cachorro apenas como um animal doméstico, deve ser uma cena, no mínimo inusitada, algumas vezes, recheada de comentários maldosos e julgamentos sem razão de ser. Mas, quem sou eu para julgar as pessoas, a não ser perceber, claramente através deles mesmos, quem gosta ou não gosta dos animais?

No final, por não sentirem-se amados, são os primeiros a se afastar, nem chegando perto das pessoas que percebem , não gostar deles. Até neste momento, o respeito pelo outro ser humano é ponto de referência entre os animais , que aceitam amorosamente , mesmo aquelas pessoas que os rejeitam.

Só quem realmente sente o verdadeiro amor incondicional, que os animais nos transferem , sabem do que estou falando. Acreditam e sentem que, acima de tudo, este é um amor que ainda não existe entre nós humanos, razão pela qual, quem tem a oportunidade de experimentar este sentimento, através de seu cãozinho, sabe descrever o buraco emocional e a dor experimentada , após sua perda.

Não poderia descrever esta dor, pois não existem palavras apropriadas no nosso vocabulário, especialmente, porque foi ela quem possibiltou-me varias descobertas, através do meu processo de autoconhecimento, transformando-me numa pessoa mais alegre, mais afetuosa, amorosa e principalmente, mais humana.

Ela não somente preencheu minhas carências afetivas, mas ajudou-me, sobretudo, na cura de feridas ainda não cicatrizadas pelo tempo, como a perda de minha querida filha Carolina , há muitos anos atrás. No final, percebo que estou vivenciando um luto dobrado, pois misturei todos os sentimentos que acabaram fundindo-se num só. A Carol estava dentro da Belinha e a Belinha dentro da Carol.

O retorno da viagem para casa tornou-se um verdadeiro martírio, que não desejo para ninguém, pois a cada quilometro percorrido, a angustia crescia, ante a possibilidade do regresso. Como seria a chegada em casa, já que ela não viria mais correndo para o carro, pulando no meu colo? Como conviver com a dor da saudade, se em todos os momentos dentro de casa, ela era presença constante: no quarto, na cama, no banheiro, na sala, no escritório, na cozinha, no quintal, nos passeios, até mesmo nas viagens curtas.

Tomara que quem esteja lendo este depoimento, goste ou ame os animais tanto quanto amei pois, desta forma, terá compreensão suficiente para entender tudo o que estou querendo passar em forma de desabafo, procurando amenizar um pouco esta dor que parece não ter fim.

Mas no final, somente uma coisa importa: a oportunidade de ter vivido um amor tão intenso e verdadeiro, como o amor incondicional. Previlegiado é aquele que pode dizer - eu experimentei isso.

Tudo ainda é muito recente; sei que a minha dor dará lugar a uma imensa saudade e a certeza de que fui alguém especial, principalmente, por ter tido o previlégio de ter tido um ser tão especial do meu lado, afinal, os iguais tambem se atraem.