domingo, 15 de abril de 2012

O EGO E A GRATIDÃO

por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

O Ego por ser EGO-ÍSTA é diante de sua cegueira, incapaz de ver a dor que inflige a si mesmo e aos outros.

Uma coisa que tenho observado é que quanto mais inconsciente estiverem as pessoas, os grupos, os Paises, maior a probabilidade de que a patologia egóica assuma a forma da violência física, tão evidente nos dias atuais.

Tudo o que precisamos aprender é observar a nós mesmos, pois sempre que nos sentirmos superiores ou inferiores a alguem, isso é o ego em ação. Se olharmos honestamente para nossa vida hoje, perceberemos que diante de sua "pseudo" grandeza , o Ego ainda quer fazer prevalecer a sua força , ora impondo suas vontades, ora tentanto controlar tudo o que vê pela frente, perpetuando sua soberania, mesmo que , muitas vezes, tenha que passar por cima das pessoas que lhe são caras.
O Ego é atemporal e por isso não sabe como atuar no momento presente.
Seu objetivo é vivenciar as experiências do passado ou, ocupar-se com coisas do futuro, que ainda não aconteceram; desta forma, quando esta no passado se compraz com o sofrimento de algo que já passou , geralmente, fazendo-se de vitima de alguma circunstância que lhe angarie sentimentos de compaixão, piedade, etc .
Ver-se como vitima é um componente de muitos padrões egóicos, como queixar-se, sentir-se ofendido, ultrajado, e assim por diante.
Diante deste passado e futuro surgem os pensamentos, o dialogo interno, nos trazendo lembranças de coisas agradaveis ou desagradaveis , levando-nos a focar na proxima atividade ou em perigos e possibilidades negativas que são apenas imaginárias ou que até são reais, mas que pertencem ao futuro.
A dualidade surge quando, finalmente, despertamos para o nosso presente, percebendo que quanto mais conscientes estivermos, maiores serão as possiblidades de termos uma vida harmoniosa e plena.
Você já parou para pensar que, quando estamos no Aqui e Agora não há problemas, não há conflitos; não ha dores ; há somente o nosso estado de PRESENÇA, focalizado naquilo que realmente é e nos interessa?
Quando vivemos o Agora, paramos de brigar com a vida e com a gente mesmo!
A nossa alma é por natureza altruísta e , quando decidimos ir ao encontro do nosso mundo interior nos deparamos com outro tipo de realidade, vivenciando a alegria do ser, a paz, a serenidade e, sobretudo, o verdadeiro sentido do amor incondicional.
Este reencontro mais profundo conosco mesmo requer coragem, desprendimento (exercicio da pratica do desapego) e, principalmente, uma enorme disponibilidade interna para nos doarmos às pessoas, auxiliando o Universo na evolução do próprio ser humano.
Estar interagindo com o proprio Universo é ser a propria vida.
Já não somos mais o nosso EU mesquinho e infantil que atua, mas a própria vida que encontra-se inserida em nosso ser.
É dentro desta plenitude que nossa consciência se amplia nos mostrando " que não vivemos a vida, é ela que nos vive".
A vida passa a ser a dançarina e nós somos a dança; ou ainda, a "vida é uma grande orquestra que rege todo o Universo, nós somos a música ".
Por ser “o outro” uma extensão de nós próprios, nunca seremos de fato inteiros enquanto não vivenciarmos a nossa "Alma" ; somos apenas "metades " que não se complementam , buscando incenssantemente o que nos falta.
Sem este compartilhamento, ou sem este sentido “altruísta” que ainda dormita num grande numero de pessoas, ficaremos a mercê do EGO que estará sempre no comando, desejando tão somente, dominar aquele que ainda é um desconhecido para si próprio.
Quando vivenciamos nossa alma de maneira altruísta, levamos os motivos do outro em consideração, partindo da premissa: “faça aos outros , aquilo que gostaria que lhes fizessem” – este é o verdadeiro exercício da Gratidão, que nos possibilita agir de maneira desinteressada e elevada, aproximando-nos cada vez mais uns dos outros.
Somos os autores e protagonistas da Vida, temos no Agora a possibilidade de mudar o rumo das nossas existências. O Ego é a nossa batalha interior na escolha da alma.
O aprendizado que fica é saber que sempre teremos através do nosso livre arbítrio, muitas opções; lembrando que o objetivo da alma não é negar ou fazer desaparecer a personalidade do Ego, mas iluminá-lo, tornando-o um instrumento a serviço da própria alma em sua jornada.

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