quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AUTO ESTIMA

por Tania Paupitz

Dicas para melhorar sua auto estima:

- Conscientize-se de que não existe ninguém na face da Terra tão importante quanto você;

- Agradeça sempre, inclusive por aqueles momentos que considera negativos, pois eles também fazem parte do seu aprendizado:
- Não sofra pelo que já passou, vire a página e inicie uma nova vida,

- Invista na sua capacidade para mudança, lembrando que a escolha está em suas maos e o agente de mudança somos nós,

- Mude o visual - coloque aquela roupa que lhe deixa bonita, corte ou pinte os cabelos, ocupe sua mente fazendo alguma coisa nova que lhe dê prazer,

- Reconheça suas qualidades e talentos, sem necessitar do aval do outro para sentir-se alguém especial. A partir do momento que estabelecemos claramente quais os valores e principios que queremos ver respeitado em nós , não mais permitiremos qualquer forma de abuso ou desrespeito por quem quer que seja,

- Amar significa desejar para si o melhor, é a unica forma de evitar que a dependencia afetiva o torne refem daquele que julgamos amar. Muitas vezes, aquilo que acreditamos ser amor, não passa de medo da solidão e de nossa incapacidade de sermos nossos próprios juízes.

- Lembre-se, estar ao lado de pessoas em harmonia, facilita a vida para todos.

- Aquele que se ama abre as portas para que o amor entre em sua vida...

SOU O QUE PENSO

por Tania Paupitz

Já parou para analisar que quando acordamos pela manhã, são os nossos pensamentos que irão determinar como será o nosso dia?

Algumas pessoas, já acordam pela manhã resmungando e reclamando de tudo, seja do tempo chuvoso, da falta de sol, do calor excessivo, do trânsito, do café frio, da correspondência que não chegou, enfim, poderíamos fazer uma imensa lista de coisas, aonde a reclamação ainda faz parte do dia-a-dia, de grande número de pessoas.

Tem coisa pior do que encontrar uma pessoa que só reclama de tudo e de todos?

Costumo dizer que quando as pessoas resolvem mudar seu padrão mental, ou seja, fazendo uma simples operação mental, transformando seus pensamentos negativos em positivos, muitas coisas boas começam a acontecer.

Certa vez ouvi uma explicação sobre a tal “crise” que afeta grande número de pessoas. Diziam que a crise não existe, o que existe são pessoas que comungam dos mesmos pensamentos negativistas em relação à alguma situação, gerando desta forma um pensamento coletivo que poderá afetar grande número de pessoas.

Não fazemos idéia do quanto nossos pensamentos refletem nossa maneira de ser, de agir e, sobretudo, de pensar. Na grande maioria das vezes, estes pensamentos são tão inconscientes quanto a nossa vida. Imagine-se atravessando um imenso rio. Se parar para pensar e analisar o seu pulo antes de saltar na água do rio, poderá pensar: vou saltar, mas vou por ali, pois parece mais seguro, ou ainda, vou tentar me segurar naquele tronco e ir devagarzinho até alcançar aquela margem.

Se eu me jogar sem pensar ou analisar as conseqüências do meu ato, posso ser tragada pela correnteza do rio, bater a cabeça na pedra, me afogar, enfim, as situações negativas podem ser muitas, quando não temos consciência daquilo que pensamos e consequentemente das situações que vamos enfrentar.

Lembremos de que todo pensamento gera uma ação, que por sua vez acaba se manifestando nos gestos, no jeito, no estado emocional e nas atitudes de grande número de pessoas. Pensamento é energia e o tipo de pensamento que temos ira determinar o tipo de energia que esta conosco naquele momento.

Por isso se acordamos pela manhã, agradecendo o dia, procurando mentalizar coisas positivas mesmo antes de abrir os olhos, com certeza, nosso dia será ótimo e, desta forma, atrairemos pessoas, situações afins que irão sintonizar conosco, por uma questão de afinidade mental.

Ao contrário, se já acordo resmungando de tudo e de todos, acabarei atraindo situações similares, ou seja, coisas e pessoas negativas virão fazer parte do meu cenário matutino. Posso ir para o trabalho e de cara já encontro um trânsito tumultuado, com filas quilométricas, pessoas estressadas e mal humoradas.

Já se estou de bem com a vida e especialmente comigo mesma, acabo encontrando um transito que flui, uma vaga que surge inesperadamente, pessoas simpáticas e prestativas e tudo de maravilhoso acaba nos acontecendo.

Pensar é uma atividade inerente do ser humano e tudo o que fazemos envolve nossos pensamentos, por isso eles são tão importantes e merecem nossa atenção, ou seja, precisamos aprender a nos tornarmos conscientes do que pensamos.

Assim como podemos comer inconscientes, sem muitas vezes, sentir o verdadeiro sabor da comida, podemos tambem agir inconscientemente em função dos pensamentos que borbulham na nossa mente.

Uma boa dica para ficarmos conscientes dos nossos pensamentos e sermos nossos próprios observadores, observando de que forma agimos ou interagimos com as pessoas através dos nossos pensamentos.

O que é estar consciente de seus pensamentos? É fazer as coisas observando o que esta passando pela sua mente. Se estiver caminhando, fique consciente de si mesmo. Quando estiver com raiva, fique consciente de sua raiva, torne-se um observador dela.

A mesma coisa acontece quando ficamos irritados - algum pensamento gerou esta irritação que, por sua vez ao ser observado por nós mesmos, acabara sendo amenizada através da nossa consciência.

Sempre podemos estar escolhendo o que queremos para nossa vida ao acordarmos pela manha: se um dia feliz ou um dia ruim. Saber viver é saber escolher entre o que queremos e o que não queremos, escolhendo entre ficar tristes ou alegres, reagir desta ou daquela maneira, perante as situações da vida.
Podemos mergulhar no mundo das reclamações e lamurias ou podemos escolher viver em plenitude, aproveitando os desafios que a vida nos oferece, para tirar os aprendizados necessários ao nosso crescimento evolutivo.

TARDES MELANCÓLICAS

por Tania Paupitz

Uma chuva fina que parece não querer ir embora, o céu encoberto pelas nuvens cinzentas, no ar paira uma sensação de melancolia, uma saudades nao sei de quê, o vazio de uma solidão que vem me cutucar...

No momento tudo se confunde. Emoções e sentimentos se entrelaçam, como querendo emergir de alguma forma, de dentro de mim.

Muitos talvez, já tenham passado por uma situação destas, porem, nestes momentos aproveito para sentir o que realmente esta se passando no meu interior. Como mera observadora de uma cena qualquer, reparo que mesmo nestes momentos, posso ainda escolher entre, ficar triste, neutra, ou feliz com a situação ao meu redor. Com certeza, minha ação ira determinar como sairei desta situação de melancolia, que no fundo, não saberia definir, entre, positiva ou negativa.

Aproveito o tempo nublado e triste para escrever,  e isso me traz uma sensação de plenitude, como se de repente não estivesse mais sozinha e um pacto houvesse se formado entre mim e o Universo. Compartilhar algo ou alguma coisa, com quem quer que seja, deixa-nos uma sensação de leveza, como se nosso fardo ficasse menos pesado.

Sinto a paz invadir meu coração e, agora o tempo lá fora me parece menos melancólico. Percebo entre as nuvens cinzentas, um lindo arco-íris que começa a surgir. Talvez ele seja um presságio de que estou no caminho certo, sentindo que minhas emoções já estão começando a ficar sob controle.

Posso por um minuto, achar graça disto tudo e me dar conta do quanto, muitas vezes, nos deixamos arrastar por situações desnecessárias; como se nossa mente ficasse à mercê dos acontecimentos de nossa vida.

E quando parece surgir à luz , como num passe de mágica, meus pensamentos acabam de uma forma ou de outra, encaixando-se, fazendo com que afinal, eu perceba que tudo isso foi apenas um momento passageiro, como a nuvem, a chuva, o dia cinzento...

Num relance momentâneo, percebo os aprendizados que ali se encontram, ainda meio encobertos pelas emoções conturbadas ora vivenciadas, num momento anterior.

Dou-me conta então, de que mesmo atravessando estes momentos tristes ou melancólicos, posso aproveitar para aprender alguma coisa - tendo a certeza de que posso optar entre ficar triste ou alegre , determinando dessa forma o meu pensamento e sentimento em relação a qualquer coisa..

Esta certeza, me faz seguir em frente, apostando que cada minuto da vida, VALE A PENA, mesmo aqueles com os quais nos defrontamos com adversidade.

GRATIDÃO

por Tania Paupitz

 Esse sentimento nasce quando entramos em contato com nossa alma, que nos permite experimentar o entusiasmo. Quando sentimos gratidão experimentamos a alegria, bom humor, bondade e uma série de sentimentos nobres, que nos propiciam a alegria de existirmos, pelo simples fato de sermos nós mesmos.

Através da gratidão temos a nítida impressão de que nossa vida fica mais leve, pois, tudo flui com o universo que se abre em abundancia , propiciando-nos ir de encontro a tudo o que queremos e desejamos.

Assim que começamos a valorizar aquilo que temos, começamos a atrair mais coisas boas para nossa vida. Saímos do circulo da carência para entrar no circulo da abundancia.

Para mim, particularmente, o exercício da gratidão é poderoso. A cada manhã procuro observar os presentes que a Natureza me proporciona e, entre eles, o simples ato de dar comida aos passarinhos que vem livremente comer na casinha de madeira do quintal, já é motivo suficiente para me deixar agradecida e nutrida pelo resto da manha, ou ainda, ao me dirigir para o meu trabalho, agradeço a oportunidade que estou tendo de me sentir útil por mais um dia.

Motivos é que não nos faltam para agradecer e procuro estar sempre me lembrando dessa palavrinha tão simples, mas muitas vezes, esquecida: Obrigada! Experimente dizer ou repetir mentalmente, varias vezes ao dia, essa palavra e verá o resultado... Vamos perceber a calma, o relaxamento e a serenidade que nos invade alma. Nós temos muito a agradecer.

A própria Natureza esta sempre nos brindando com suas belezas naturais. Observe mais as montanhas, o mar, as flores, os frutos, os rios, as arvores com sua beleza exuberante e a infinidade de cores que o Universo está, constantemente, nos presenteando através das belas paisagens naturais.

Costumo agradecer também pela presença amorosa de meu animal de estimação, pois além de nos proporcionarem grandes ensinamentos, são o reflexo do amor que sentimos por nós mesmos, fazendo com que esse sentimento de gratidão se expanda e atinja a todas as pessoas com as quais convivemos.

Quando nos tornamos mais conscientes do sentimento da gratidão que existe dentro de nós, começamos a nos sentir grato por tudo o que nos rodeia, pelo ar que respiramos, por estarmos andando, vendo, ouvindo, falando e pelo simples fato de estarmos vivos.

Acredito que a gratidão anda de mãos dadas com a aceitação, já que quando passamos a aceitar as coisas com mais naturalidade, evoluímos espiritualmente, nos libertando de sentimentos negativos como: irritação, impaciência, hostilidade e descontentamento.

Ao invés de reclamarmos e focalizarmos nos defeitos e faltas, podemos procurar avaliar o lado positivo das coisas. Essa é uma maneira de reforçar esse sentimento que já existe dentro de nós. Quando não nos permitirmos vivenciar esse sentimento de gratidão, vivenciamos a dor e o conflito, porque acabamos ficando focados naquilo que não temos, ou ainda, achando que, o que temos nunca é o suficiente.

São as pessoas que estão sempre insatisfeitas com o que tem e, principalmente, consigo mesmas.
O habito de estar constantemente agradecendo aciona a energia curativa do universo, mudando e alterando as circunstancias ao nosso redor.

Outra coisa importante, é não esquecermos de agradecer a nós mesmos. Quando sentimos gratidão por nós, aquietamos a voz interna da autocrítica, da baixa-estima, do julgamento e das duvidas.
Um dos primeiros sinais de que estamos evoluindo espiritualmente é quando nos desvinculamos das coisas negativas que pensamos a nosso respeito e passamos a nos valorizar mais como pessoas e seres divinos que somos.

Há uma frase do Dr.John Gray, Psicólogo, Escritor e Conferencista Internacional, que diz o seguinte: Todo homem sabe: quando sua esposa está satisfeita com as pequenas coisas que ele faz, o que ele tem vontade de fazer? Ele quer fazer mais. Tudo tem sempre a ver com o reconhecimento. Isso atrai coisas. Atrai apoio.

PENSAMENTOS SOBRE O PERDÃOI

por Tania Paupitz




Perdoar ou desculpar alguém é bom e saudável, mas viver desculpando indefinidamente os erros alheios pode ser muito perigoso”.

As emoções enterradas e não verbalizadas se manifestarão de forma negativa em outras situações e com diferentes pessoas em nosso dia-a-dia.

- É importante saber diferenciar a desculpa social da desculpa conscientizada. A primeira atravessa as barreiras da boca de forma impensada; pode ser uma manobra ardilosa ou um pretexto para evitar dificuldades futuras diante de situações difíceis.
A segunda sai do coração conscientizado, da alma verdadeiramente arrependida.

Alguns passos para a prática do PERDÃO:

01 – Tome consciência sobre o sentimento de algum fato que lhe tenha acontecido, sendo capaz de expressar o que pode estar errado na situação. Uma boa dica, é escrever a respeito, colocando-se de forma sincera e clara após, queimando o papel , imaginando que aquela energia está sendo consumida através das chamas e cinzas, sendo transmutada pelo Universo,

02 – Permita-se perdoar a si mesmo, fazendo o que for preciso para se sentir mais leve. É uma decisão apenas sua.

03 – Uma boa dica: quando estiver sentindo muita raiva de alguém, procure praticar técnicas de controle de estresse visando atenuar os mecanismos do seu corpo. Quando sentir raiva de uma pessoa que possa ter lhe magoado ou ofendido, visualize-a envolta por uma luz rosa, criando essa energia e irradiando-a através do seu pensamento,

04 – Não reprise mentalmente sua mágoa com relação ao que lhe feriu, seja o que lhe disseram ou fizeram, nesse momento, procure outra opção e mude a sintonia do seu pensamento, não dando poder a ele ou a pessoa em questão. Ninguém pode lhe ferir , se você não permitir. Aprenda a buscar o amor... Esse ainda é o melhor antídoto contra a magoa.

05 – Somente você pode modificar a sua historia de vida pessoal, já que você é o ator principal da sua vida. Passe de vitima para HEROI na historia em que contar.

O PERDÃO NOS LIBERTA do fardo de sermos escravos de nossa própria história.

REFORMA ÍNTIMA

por Tania Paupitz


 Quando pensamos em REFORMA ÍNTIMA sempre devemos começar com um estudo relativo à autocrítica e à conscientização dela decorrente.
A maior dificuldade para se efetuar a tão comentada Reforma Intima está em justamente, descobrirmos dentro de nosso intimo, o que devemos nos reformar? De que forma poderíamos nos melhorar?

Cada pessoa, que tenha o objetivo de investir em seu autoconhecimento, necessita pelo menos admitir seus próprios defeitos, exercitando a força de vontade, inerente a todo ser humano, porem, muitas vezes adormecidas.

A motivação nesse percurso nascerá do confronto da meditação com o cotidiano, nem sempre ideal que muitos adotam. Unindo, pois, a teoria à prática, tendo por finalidade descortinar o ente cristão que há por trás das barreiras insensíveis que o materialismo impõe como regra geral na jornada terrena, o indivíduo sentir-se-á mais leve quando praticar a REFORMA ÍNTIMA.

Na verdade, REFORMA INTIMA está diretamente ligada, ao ato de buscar-se através da elevação moral, que deve ser promovida por cada pessoa. Acreditamos que são muitas as mudanças que deveremos efetuar em nós mesmos, e aproveitamos para citar uns dos dois maiores gigantes que o ser humano tem como desafio a enfrentar, visando promove-lá:

- ORGULHO – defeito muito grave de difícil auto-detecção. Geralmente aparece quando somos intolerantes, não aceitando nenhuma critica ou ainda, revidamos uma agressão para não ouvir comentário do tipo “o que os outros irão pensar se eu não revidar”, por exemplo.

- EGOÍSMO – Instalado na maioria do coração das pessoas, este gigante dificulta muito a nossa posição mental de “nos colocarmos no lugar do outro”, impedindo-nos de verificar se agimos corretamente com as outras pessoas, ou seja, procurando fazer aos outro aquilo que gostaríamos que nos fizessem.

Abaixo sugerimos algumas “dicas” para darmos inicio a nossa reforma intima:

- estudo de si próprio e o seu caráter,

- oração e vigilância constantes,

- resistência as más tentações,

- pratica de fortalecimento mental, através do pensamento positivo,

- Trabalhos voluntários, tendo como objetivo uma melhor a compreensão do que significa o seu        próximo,

- Amor a si mesmo e ao seu próximo,
- Renovar-se interiormente através da praticas espirituais. 

MENTE INSANA

por Tania Paupitz

Fico pensando no quanto uma pessoa muito querida do passado, tinha razão ao afirmar: “problemas a gente é quem cria”. Ao contrário do passado, se eu fosse ouvir esta frase hoje , concordaria plenamente, já que adorava curtir um “probleminha”, como ainda muitas pessoas gostam.

Algumas destas pessoas, já estão tão habituadas a viver dentro dos problemas que elas mesmas criaram que, não saberiam viver suas vidas de outra forma; acabam sendo vítimas de si e circunstâncias externas.

Imagine quantas pessoas passam pela vida, buscando o sofrimento, os problemas, pensando e alimentando na sua mente, pensamentos que derrubam, desestabilizam.

Pense numa cena comum: alguém que não tenha o domínio sobre seus pensamentos , acorda de manha, vê o tempo lá fora e já começa a reclamar, da chuva, do sol, do calor, da preguiça, do marido, do filho ...

A manhã segue, e sinto-me tão nublada e cinzenta quanto o tempo lá fora; meus pensamentos estão soltos e acabo literalmente, sendo empurrada para as situações corriqueiras do dia a dia, que já começam a me acenar.

Sento-me à mesa para almoçar, mas não tendo consciência deste momento, mal sinto o sabor da comida que estou prestes a saborear. Algo que deveria ser prazeroso transforma-se num martírio. Engulo a tudo rapidamente, sinto o estomago embrulhar e acabo saindo para fazer minhas coisas do dia - ir ao Banco, ao Supermercado, ao Shopping...

Ao sair, tudo já vem atrapalhado... um carro quase me bate quando dou uma ré ; grito histericamente com o outro motorista que “graças a Deus” acaba não ouvindo meus palavrões. Por um momento, sinto-me envergonhada de minha atitude intempestiva e num lapso de sã consciência, penso que afinal, o problema esta mesmo é comigo.

Isso me deixa ainda mais triste e ansiosa. Quero mudar, fazer alguma coisa por mim , transformar-me numa nova pessoa: mais calma, centrada, equilibrada emocionalmente – aquela pessoa que não se deixa abalar por coisas externas.

Num relance, este momento de consciência passa tão rapidamente, quanto a minha ida ao Banco, aonde filas enormes já começam a me deixar novamente impaciente.

Aquele homem, um pouco mais a minha frente, conversa no celular despreocupadamente, às gargalhadas, e aquela atitude acaba me deixando bastante irritada.
A fila emperra e já posso notar as pessoas ao meu redor, tão impacientes e irritadas , quanto eu.

Por muito pouco, não perco novamente a cabeça, dando uma bela xingada no homem.
Mas tudo passa novamente de maneira muito rápida; tento controlar minhas emoções que vêm aos borbotões e, por um momento dentro da minha insana loucura mental, parabenizo-me por ter tido uma atitude pacifica, mesmo que minha mente estivesse sendo totalmente contraditória, com a realidade dos fatos.

Sigo meu dia e agora, no supermercado, muita agitação, hoje é dia de pagamento do funcionalismo público e, todas as pessoas parecem resolver fazer suas compras no mesmo dia.
No caixa uma fila gigantesca. Antes de me irritar novamente, procuro acalmar-me , abrindo um pacote de salgadinhos, para que o tempo passe mais depressa. O sinal vermelho do caixa acende e uma Senhora distinta, resolve trocar uma mercadoria... Até o atendente vir, já se passou meia hora.

Uma moça na minha frente reclama da demora e, de repente, estou tambem reclamando, falando pelos cotovelos, feito uma “velha” chata e resmungona...
Por um instante imagino como as emoções afetam as pessoas em sistema de encadeamento e sinto-me muito mal por não ter aprendido a controlar melhor este meu lado.

Saio do supermercado mais exausta do que entrei. Sinto que minhas energias estão zeradas e já não tenho mais vontade de fazer nada, a não ser ir para casa, deitar na minha cama, fechar os olhos e não pensar em nada.

Como seria bom se pudéssemos parar a nossa mente... desligando o motor, fazendo com que tudo ficasse zerado.

Já refeita do cansaço, ao acordar, tomo a decisão mais importante da minha vida: vou mudar e a partir de hoje tomar conta da minha mente, sendo senhora e dona dos meus pensamentos.
Não mais permitirei que ela me domine, fazendo com que eu faça coisas, que muitas vezes não gostaria de estar fazendo.

Inicio o dia fazendo uma pequena oração de agradecimento, especialmente pela chuva, que vem graciosamente molhar todas as plantas e folhagens do meu jardim.
Tomo meu café tranquilamente, mentalizando palavras de otimismo, enchendo minha mente com pensamentos que irão fortalecer minha auto estima e quem sabe, tornar o meu dia mais atrativo.
Ao sair de casa, percebo que minha energia mudou e, já não atraio pessoas e situações problemáticas.

O transito flui, as pessoas são gentis e, pasmem: não há filas hoje!

APRENDENDO ATRAVÉS DOS SONHOS

por Tania Paupitz

Dia destes, finalizando um trabalho que apresentaria para um Grupo de Estudos do qual faço parte, comecei a observar melhor meus sonhos, percebendo que após, ao término deste estudo, tornaram-se mais reais e conscientes, trazendo-me a oportunidade para o autoconhecimento.

Quando surgiu a idéia de escrever alguma coisa sobre este assunto, tive um sonho bastante interessante, que gostaria de poder estar compartilhando. O sonho estava relacionado ao meu companheiro, que abraçado a sua mãe já falecida, chorava copiosamente por seu falecimento.

Dentro da mesma sequência, como se slides estivessem sendo passados, o mesmo, encontrava-se deitado numa cama, lamentando-se e sentindo muitas dores, falando seguidamente, sobre doenças.

Quando despertei no dia seguinte, lembrei nitidamente do sonho e comentei com meu companheiro. O dia seguiu dentro da mesma rotina e, quando estava na Academia, um pensamento muito forte surgiu a minha mente; era tão coerente e conciso, tal qual a realidade do sonho que instantaneamente retornou a minha memória.

O aviso, ou "flash", ou ainda, a mensagem veio da seguinte maneira: "acorde para a vida, vivencie o seu lado sensível, procure sorrir com mais frequencia, externe os seus sentimentos, seja mais espontâneo..."

Naquele momento, percebi claramente que a mensagem era destinada ao meu companheiro, já que por natureza, apesar de ser uma pessoa maravilhosa, é uma pessoa bastante fechada.

Quando retornei à minha casa, conversamos e pude expor aquilo que havia sentido com relação ao sonho. Apesar do silêncio e nenhum tipo de comentário ter surgido, pude sentir um grande alívio pelo fato de poder ter transmitido o "recado" a ele...

Ainda, com relação ao trabalho sobre sonhos, acabei encontrando muita coisa em pesquisas de livros, sites, etc., que acabaram proporcionando-me um maior aprendizado sobre o assunto. Todo sonho, não deixa de ser uma ferramenta importante para as pessoas que se interessam, pelo seu mundo interior e pela sua evolução espiritual.

Dentro da literatura Espirita-Kardecista, do livro "Estudando a Mediunidade - de Martins Peralva", ou ainda, "Minha vida nos Sonhos de Trigueirinho", encontramos a definição de vários tipos de sonhos, entre eles, gostaria de destacar: os SONHOS COMUNS, os REFLEXIVOS e os ESPIRITUAIS.

Geralmente, a maioria dos nossos sonhos são comuns pois, são as impressões que nosso cérebro registrou durante o dia e, que vem a superfície durante o sono. Todas as nossas emoções e sensações psicológicas ou ate mesmo sensações físicas agradáveis e desagradáveis vividas durante o dia, afloram no período do sono.

Por este motivo, frequentemente, ao acordarmos não nos lembramos do que sonhamos ou, se lembramos, não conseguimos entender o sonho, pois eles, quase sempre não possuem uma ordem cronológica, tampouco, uma ordem de locais e pessoas definidos.

Acredito que o sonho que vivenciei com relação ao fato mencionado, esteja diretamente, relacionado ao tipo de "SONHO REFLEXIVO". Estes sonhos são , geralmente, mais significativos para o nosso autoconhecimento, bem como, as fortes impressões vividas, chegam com mais facilidade a superfície do conhecimento.

Já nos Sonhos Espirituais, há o contato do espírito desdobrado do corpo físico com outros espíritos encarnados ou desencarnados. Geralmente neste estágio de sonho, as pessoas costumam relatar diálogos com amigos ou parentes desencarnados, recados ou pedidos (estes nem sempre validos) de espíritos que já vivem na dimensão espiritual.

O que aprendi estudando sobre os Sonhos?

A primeira coisa foi tornar-me mais consciente, não tentando obter um significado imediato mas, sobretudo, procurar através da compreensão, um sentido mais profundo do sonho, verificando que tipo de mensagem poderia conter e, de que forma, este tipo de aprendizado, se encaixaria em minha vida pessoal ou , na de pessoas próximas.

Lembrando uma frase de Paulo Coelho: O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar, e correr o risco de viver seus sonhos".

Então, por que não SONHAR?

O que seria de nós, espíritos, se vivêssemos encarnados sem poder sonhar, sem poder voltar ao contato com o plano espiritual que, afinal de contas, é a matriz?

Por outro lado, é através do sono e do sonho que exercitamos a morte, que pode ser considerada a emancipação definitiva.

TODA RUPTURA SUGERE UM NOVO RECOMEÇO

por Tania Paupitz

Toda dor, oriunda do final de um relacionamento conturbado, acaba nos desestruturando emocionalmente, independente de como tenha sido a relação.

Num primeiro momento, podemos achar que aquela foi a melhor decisão que tomamos, que a vida irá surgir esplendorosa, com inúmeras oportunidades e, quem sabe, até um novo amor.
Sonhar é bom, mas quando a ilusão nos contamina, o tombo pode ser bem maior do que imaginamos, por isso é bom, ficarmos com os pés bem fincados no chão, para que nao tenhamos novas decepções.

Na verdade, toda ruptura, todo fim, precede um novo começo que, dependendo de nós, poderá ser positivo ou negativo, relacionado aos aprendizados que possamos estar tirando, dos motivos que possam ter levado ao fim do do relacionamento. No fundo, não deixa de ser uma grande oportunidade, de irmos ao encontro de nós mesmos, quem sabe, resgatando de fato, nossa verdadeira identidade. É a possibilidade de viajarmos para dentro de nós mesmos, fazendo novas descobertas, reinventando nossa vida de maneira criativa e feliz.

Muitas pessoas, terminam um relacionamento, sem tirar um tempo para si mesmas; imagino que seria como tirar umas férias, para relaxar, pensar, refletindo sobre nossa vida e tudo que envolve o nosso futuro dali para frente.

Este tempo deverá ser vivenciado e experenciado, para que não corramos o risco, de lá na frente, nos depararmos com o mesmo tipo de companheiro(a), e as caracteristicas do relacionamento anterior.
As situações mudam, ou seja, mudam os atores, os figurinos, o enredo, mas o palco continua o mesmo, com as mesmas circunstâncias geradas pela ruptura anterior.

Quando não aprendemos a lição de casa, especialmente quando passamos por um relacionamento conturbado, podemos ficar constantemente, repetindo as mesmas lições até, de fato, aprendermos o que tivermos que aprender.

Roberto Shinyashiki” , autor de vários livros de auto-ajuda e palestras motivacionais, num de seus livros, menciona o seguinte:
“Se você não aprender com a dificuldade, vai repeti-la ao infinito".
“Nunca odeie quem te trás o problema. Ele é somente o Professor.
Resolva a dificuldade e agradeça a essa pessoa pela oportunidade de evoluir”.
Quando tomamos a decisão de sair de uma relação insatisfatória, estamos dizendo para nós mesmos, que não nos contentarmos mais com aquela situação. Esta atitude é o maior sinal de que estamos voltando a nos amar, nos valorizando e, acima de tudo, nos respeitando.

Afinal, se não deu certo com alguém, porque não nos darmos uma nova oportunidade de ser feliz...
O mesmo vale para quem se deixa ficar em depressão, querer morrer, ou sair fugindo da relação, sem assumir a responsabilidade por tudo aquilo que um dia se acreditou. Nada disso irá ajudar no seu processo de reconstrução.

Reconstruir não significa querer viver tudo aquilo de novo, ainda que seja com a mesma pessoa ou com outra, é muito mais aprender com a experiência passada, refletir sobre os erros, acertos e viver muito mais consciente do que se deseja e espera de um relacionamento.
É se permitir unir-se a alguém só depois de ter encontrado a si mesmo.
Este é o grande segredo para vivermos bons e sadios relacionamentos.

Em qualquer situação de dor ou sofrimento, lembremos da famosa citação de nosso querido irmão CHICO XAVIER, pelo Espírito de Emmanuel “ TUDO PASSARÁ”...


“ Todas as coisas, na Terra passam
- Os dias de dificuldade, passarão
- Passarão tambem os dias de amargura e solidão...
- As dores e as lágrimas passarão
- As frustrações que nos fazem chorar, um dia passarão
- A saudade do ser querido que está longe passará
- Dias de tristeza... dias de felicidade...
...São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas.
Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante.

Elevemos nosso pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa, a nos dizer carinhosamente: ISSO TAMBEM PASSARÁ...

E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre...” (Emannuel)..

PERDAS SÃO APRENDIZADOS

por Tania Paupitz

Todos nós estamos em constante processo de aprendizagem e, como sabemos, as perdas também fazem parte de toda trajetória humana. Aprender a superá-las, eis o nosso grande desafio!

Sempre temos à nossa disposição muitas escolhas através do nosso livre-arbítrio, pois é assim que iremos aprender a lidar com as perdas, seja optando em vencê-las com coragem e obstinação, ou deixando-nos abater pelo desânimo e tristeza.

No fundo, alterando a visão que temos do sofrimento, podemos tirar aprendizados de tudo o que nos acontece, inclusive das coisas que, num primeiro momento, podemos julgar como negativas.
Quando passamos a compreender o sofrimento, aceitando-o como parte do processo natural da vida, ele se torna mais leve e, desta forma, conseguimos fazer com que o mesmo se amenize, possibilitando também um avanço em nosso caminho evolutivo.

As religiões estão aí para ajudar-nos a amenizar grande parte das perdas que sofremos no decorrer de nossas vidas e, dentre tantas filosofias, encontramos o Espiritismo que, nos recomenda a prece pelos entes queridos que partiram, para que seus corações possam se sentir aliviados.

No Livro: "O Evangelho Segundo o Espiritismo", encontramos uma bela coletânea de preces que nos falam da importância da oração pelos entes queridos que acabaram de deixar a Terra, como forma de ajudar no desligamento do espírito, tornando o seu despertar no Além mais tranqüilo e breve.

“Vós que compreendeis a vida espiritual, escutais as pulsações de vosso coração chamando estes bem-amados, e se pedirdes a Deus para os abençoar, sentireis em vós essas poderosas consolações que secam as lágrimas, essas aspirações maravilhosas que vos mostrarão o futuro prometido pelo soberano Senhor”.

O importante é perceber os bons momentos que vivemos com esse ente querido. Além disso, tentar entender que nada acontece por acaso, tudo tem uma finalidade e se a separação ocorre; com certeza, causará um grande impacto, porém, temos que guardar um bom sentimento e sabermos que a caminhada foi importante, enquanto estivemos junto daquela pessoa, acreditando que a separação não é o fim. Sempre existe a possibilidade de reencontro. Aprenderemos a lidar melhor com essa separação se tivermos a certeza de que ela é transitória. Todos nós partiremos um dia para o plano espiritual.

Pensemos que não seremos os únicos a sofrer neste mundo.
Reparemos à nossa volta e encontraremos outros irmãos em dores.
Uns lamentam a enfermidade física. Outros choram o ente querido que a morte o levou.
Muitos se debatem nas aflições ante os imprevistos do mundo. Por enquanto, somos todas criaturas que sofrem, carregando suas cruzes intransferíveis.

"Todavia, se já podes enxergar a vida sob o ângulo luminoso que a Doutrina espírita te oferece - não te lamentes tanto e dedica-te ao trabalho de ajuda ao próximo.
Renova teus pensamentos com a prece e o estudo, auxiliando os irmãos do caminho, porque toda ajuda ao próximo será sempre auxilio para ti mesmo”.
(Scheila/ Claytons B.Levy – A mensagem do Dia).

BUSCANDO A FELICIDADE

por Tania Paupitz

Vivemos em constante busca da felicidade. Se fizéssemos uma pesquisa perguntando o que as pessoas em geral mais querem na vida, a maioria das respostas seria, obviamente, a felicidade. Porém, grande maioria das pessoas ainda procura no lugar errado.

Nossa maior ilusão, talvez, ainda resida no fato de depositarmos a felicidade em fatores externos, ou seja, em pessoas ou nas coisas de modo geral. Imaginar que se não estivermos com aquela pessoa dos nossos sonhos, se não tivermos o carro do ano, se não ganharmos muito dinheiro ou ainda se não ficarmos jovens eternamente, nosso grau de frustração poderá aumentar e, nunca realmente vivenciaremos o verdadeiro sentido da felicidade.

Quando colocamos nossas perspectivas nas coisas externas acabamos transferindo esta responsabilidade, que é nossa, para os outros. Somos nós que escolhemos o nosso trabalho e somos nós que ditamos o rumo das nossas vidas. Se não gostamos do nosso emprego, a responsabilidade é nossa, já que fomos nós que o escolhemos. Se não estamos satisfeitos com a pessoa com quem nos relacionamos, a culpa não é dela, e sim nossa. Afinal não somos obrigados a ficar com alguém que não nos faz bem ou ficar a vida inteira num trabalho que não nos satisfaz.

Estes são apenas alguns exemplos de situações que perturbam a nossa paz, roubando momentos alegres, mas que são exclusivamente de nossa responsabilidade. Não adianta culpar o outro, o tempo, o transito, ou seja, lá o que for; todas as situações em que somos envolvidos são oriundas de nossa livre escolha. Podemos estar num transito tumultuado e escolher, entre ficar irritados com tudo e todos ou ficarmos tranqüilos, sabendo que tudo aquilo vai passar e daqui a pouco estaremos trafegando normalmente.

A felicidade está sempre nos pequeno-grandes momentos, na nossa constante busca interior para o autoconhecimento, procurando a nossa reforma intima, tornando-nos responsáveis pelas próprias escolhas; conectando-nos com o divino que existe em cada coisa, seja na natureza, no contato com o outro ser humano, na prece, na gratidão, e principalmente, dentro de nós mesmos.

Fomos feitos para sorrir e para chorar, para errar e acertar. Para encontrarmos a felicidade temos que estar em paz com o nosso “eu” interior, com o nosso lado autentico e verdadeiro, nos aceitando e procurando o verdadeiro sentido de nossa vida, encontrando a nossa missão.

Existe receita para a FELICIDADE? A felicidade é um estado emocional e ele pode mudar a todo o momento. Podemos acordar felizes ou melancólicos, porem, no decorrer do dia, acontece alguma coisa que faz com que mudemos. O que fazer para estarmos sempre bem e felizes? Quando nos percebemos tristes ou melancólicos, procuremos mudar o foco dos nossos pensamentos.

Observe como interpreta as coisas que acontecem ao seu redor, perceba como reage a cada coisa. O tipo de reação que temos sobre aquilo que nos acontece é que vai determinar como será nossa emoção.

Jamais encontraremos a felicidade se ficarmos esperando que as pessoas ajam da forma como queremos ou ainda responsabilizando os outros pelo nosso estado emocional.
A felicidade já esta dentro de você apenas aceite-a e viva feliz!

APRENDENDO COM AS EMOÇÕES

por Tania Paupitz

Acredito que para tudo na vida há uma explicação plausível e, quando procuramos pelas respostas, elas aparecem, seja através de um livro que surge em nossas mãos, um amigo que vem nos dizer alguma coisa, justamente no momento em que mais precisávamos ouvir; os exemplos são muitos, porem, uma coisa é certa – nós somos a causa de tudo o que nos acontece, seja de bom ou de ruim.

A cada dia percebo que todos os acontecimentos de minha vida, estão de alguma forma relacionada com algum fator interno dentro de mim. O corpo é o primeiro a acusar a forma como estou lidando com estes acontecimentos, pois cada parte dele reflete uma emoção.

Estarmos bem sintonizados, tanto emocionalmente, espiritualmente como fisicamente, significa que estamos pensando e agindo em concordância com a nossa natureza individual ou temperamento, ou seja, estamos em sincronia com nossa essência interna.

Ao dar início a este artigo, lembrei de um fato que me aconteceu recentemente: uma serie de sintomas como dor de garganta, tosse, me levaram a procurar um especialista, aonde foi diagnosticada uma “faringite”.

Não fosse minha ida ao médico, quem sabe, o problema poderia ter se transformado numa coisa mais séria como uma pneumonia; mas é claro, tendo um pouco mais de consciência do quanto nos encontramos vulneráveis com a quantidade de novos vírus circulando por aí, devo confessar que não foi difícil  tentar relembrar as varias situações aonde poderia ter pegado o tal vírus...

Automaticamente, surgiu a lembrança daquela amiga a quem dei uma carona e tossia tanto, que mal conseguia articular a palavra, depois outra que por acaso, cruzei num aniversário – ela me deu dois beijinhos e sem disfarçar me disse que estava muito "gripada” e por esse motivo, não ficaria muito tempo comigo, o que confesso foi um alivio, já que não queria pegar a tal “gripe”.

Após alguns questionamentos internos sobre como ou aonde poderia ter pegado a tal “faringite”, um livro que se encontrava na minha estante surgiu diante de meus olhos e para minha surpresa o assunto em questão era sobre doenças psicossomáticas. Lendo sobre o assunto, passei a compreender que o diferencial para se considerar uma doença como psicossomática é entender que a causa está ligada ao emocional da pessoa, à sua mente, aos sentimentos, que se refletem no corpo.

Nesse momento não foi difícil num relance momentâneo, perceber que a minha faringite tinha no fundo uma explicação emocional, e como curiosa que sou, acabei encontrando outro livro - “Metafísica da Saúde” (Gasparetto), que comentava o seguinte: “ Acatar a consciência metafísica é abandonar o pretexto de atribuir às coisas externas nossas frustrações, tornando-nos vitimas , reconhecendo em si mesmo o referencial manifestador que cria a realidade, atraindo para si tudo de bom ou ruim que nos acontece na vida”

Esta frase me fez pensar que realmente somos o que pensamos e nossas atitudes com relação a uma doença tanto podem fortalecer quanto enfraquecer ainda mais o nosso sistema imunológico.
Se nos queixarmos, sentindo pena de nós mesmos ou nos ressentimos com a doença, ela se torna mais forte. Por outro lado, há pessoas que aproveitam destes momentos para crescer, podendo ter insights que talvez nunca tenham experimentado antes. Podem também ter acesso ao seu conhecimento e contentamento internos, aproveitando para aprender dentro de todo este processo, que com certeza, a levara para cura muito mais rapidamente do que uma pessoa negativista.

Dando sequência à leitura do livro, não poderia deixar de mencionar o capítulo especifico sobre o tema Faringite: “ é uma inflamação que ocorre quando ficamos irritados com os sapos que engolimos nas situações corriqueiras. Quando não aceitamos as situações do meio em que vivemos ou as atitudes das pessoas de nosso convívio e nos irritamos, nos tornamos vulneráveis a inflamação da faringe”.

Convém lembrar que, se tudo o que os outros nos fazem ou nos falam podem provocar irritação, é porque tem a ver com nosso interior. O fato de não engolirmos algo denota o desconhecimento de nós próprios.

Pude então após essa leitura, me dar conta de uma recente situação vivenciada com algumas pessoas, onde não estava de fato e verdadeiramente me sentindo a vontade; pelo contrario, dentro do contexto havia feito um enorme esforço para no mínimo, parecer agradável e educada, o que acabou me causando um imenso mal estar.

Descobri que no fundo não eram as pessoas que estavam comigo, as responsáveis pelo meu estado íntimo de desconforto e sim, eu mesma que havia me colocado nessa situação. Constatei, de certa forma, aliviada que eu havia repetido um padrão de pensamento negativo sempre que encontrava estas pessoas, e que no fundo não eram elas que me incomodavam, e sim se tratava de uma situação criada por minha própria recusa em aceitar que essas mesmas “falhas” alheias, que eu costumava ver nelas, também existiam em mim.

Finalmente, consegui aprender que em todas as situações, por mais desagradáveis que sejam, existem sempre três lados: o lado negativo, o positivo, e o terceiro lado que corresponde a MENSAGEM do momento, que nada mais é do que a LIÇÃO a ser aprendida.

QUIETUDE MENTAL

por Tania Paupitz

Nossa mente está em constante tagarelice e se não tomarmos as devidas providências, ela simplesmente toma conta da nossa vida.

É  através das palavras, acumuladas no decorrer de várias existências, que nossa mente vai se formando.
O silêncio, ao contrário, está constantemente à nossa disposição, sempre que precisamos entrar em contato com nosso Eu Interior. 

Você já reparou, como necessitamos do silêncio? Ou ainda, como é importante esse contato interno, onde também, temos a oportunidade de aprender, várias coisas, a nosso respeito!
Algumas vezes, nossa mente está tão agitada, com vários pensamentos contraditórios ou distorcida da própria realidade que podemos ter a impressão que nossa cabeça vai explodir a qualquer momento. Hoje em dia, somos constantemente bombardeados por uma série de informações que estão sempre à nossa disposição. Por isso, é de suma importância tirarmos uma folga mental, procurando usufruir do silêncio, como o próprio ar que respiramos. O silêncio interior torna-se imprescindível, principalmente, quando necessitamos recuperar essa paz mental, deixando nossa mente aberta para o fluxo de coisas novas e de tudo aquilo que podemos pensar como sendo uma graça ou uma bênção divina.

Estar em silêncio traduz-se no estado da mente livre de pensamentos e no qual existe uma profunda imobilidade, onde nenhum movimento na superfície pode penetrar ou alterar. Isto se adquire com maior facilidade quando aprendemos a treinar nossa mente, principalmente, através da prática da meditação.

Quando meditamos, observamos o total silêncio que vai se aprofundando, à medida, que vamos nos conhecendo. Se você encontrar dificuldades em entrar em contato com o seu silêncio interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração, expirando e inspirando o ar lentamente. Tomar consciência da nossa respiração, bem como do silêncio que emana desse ato, é algo que, aos poucos, vai transformando nossa vida, tornando-nos mais seguros e autoconfiantes.

É importante praticarmos a arte da observação dos nossos processos e diálogos internos. Observar sem se identificar com aquilo que observamos, como se tivéssemos a capacidade de sair de nós mesmos, indo de encontro a um segundo “eu”, como se fôssemos uma testemunha. É dessa forma que a velocidade de processamento vai diminuindo e os pensamentos vão cessando aos poucos. E assim, nossa mente vai aprendendo a ficar em silêncio. Somente conseguiremos alcançar esse objetivo, através, da prática sistemática e persistente da observação consciente de nós mesmos. Buda, com sua sabedoria universal já aconselhava seus seguidores: “quando vocês estiverem reunidos deveriam fazer uma de duas coisas: discutir o Dhamma ou observar o nobre silêncio”.

Se, por exemplo, nos encontramos diante da televisão, tendo muitas vezes, que “engolir” notícias que nos parecem desagradáveis, podemos escolher entre mudar o canal, desligar a TV ou, simplesmente não assisti-la. Em muitas ocasiões, tenho procurado silenciar minha mente, pois penso que esta é uma das muitas formas de estarmos inseridos no mundo, sem sermos dominados por ele. É como se interagíssemos com o “todo universal” , nos presenteando com esse encontro pessoal, junto à nossa mais pura essência.

Os pensamentos podem ir e vir, movendo-se livremente, porém, eu não me apego a eles, simplesmente os solto, observando-os, distanciadamente. Uma mente que tenha alcançado essa calma interna pode começar a atuar de forma poderosa, dando forma mental ao que recebe do Alto sem se prender a nada, sem produzir nada em si mesma, com serenidade e imparcialidade, trazendo para sua vida o poder e a luz de sua força interior que, com certeza, irá repercutir em tudo que a cerca.

“Tem uma parte no livro de “Osho Silenciando a Mente”, que caracteriza bem esse momento tão importante em nossa vida, que é o silêncio mental: “No presente, apenas a consciência é necessária, mas não a mente. A mente só é necessária em algum lugar do futuro, do passado, mas nunca aqui. Quando você sentir que a mente foi para outro lugar, quando você estiver em uma cidade e sua mente estiver do outro lado do mundo, fique alerta imediatamente. Volte para casa. Volte para o lugar onde você se encontra. Ao comer, coma. Ao andar, ande. Não permita que a mente fique vagando pelo mundo. Novamente, isso não se tornará meditação, mas ajudará em seu caminho”... Rumo ao silêncio e à sua paz interior.

TRIBUTO A BELINHA


por Tania Paupitz




Este era o nome da minha York Shire, que desencarnou repentinamente...
Presumo que não tenha sentido dor, pois tudo aconteceu muito rapidamente.

Talvez, um ataque cardíaco; dizem que esta raça é bastante vulnerável, apesar de, recentemente, o Veterinário ter afirmado que sua saúde era perfeita. Assim como ela era , partiu, linda, perfeita, cheirosa, e com muitos laços de fitas no cabelo, pois havia acabado de sair do pet shop.

Um final de semana para curtir a Serra Gaucha, uma despedida carinhosa, quando percebo seus olhinhos aflitos, já antevendo a minha saída. Um breve retorno emocionado ante aquele olhar meigo , fez com que a pegasse no colo delicadamente, dando-lhe um beijo de despedida em seu focinho, dizendo: a mãe não demora minha princesa, é só um final de semana.

Para quem presencia esta cena tão incomum, ou ainda, para pessoas que vêem um cachorro apenas como um animal doméstico, deve ser uma cena, no mínimo inusitada, algumas vezes, recheada de comentários maldosos e julgamentos sem razão de ser. Mas, quem sou eu para julgar as pessoas, a não ser perceber, claramente através deles mesmos, quem gosta ou não gosta dos animais?

No final, por não sentirem-se amados, são os primeiros a se afastar, nem chegando perto das pessoas que percebem , não gostar deles. Até neste momento, o respeito pelo outro ser humano é ponto de referência entre os animais , que aceitam amorosamente , mesmo aquelas pessoas que os rejeitam.

Só quem realmente sente o verdadeiro amor incondicional, que os animais nos transferem , sabem do que estou falando. Acreditam e sentem que, acima de tudo, este é um amor que ainda não existe entre nós humanos, razão pela qual, quem tem a oportunidade de experimentar este sentimento, através de seu cãozinho, sabe descrever o buraco emocional e a dor experimentada , após sua perda.

Não poderia descrever esta dor, pois não existem palavras apropriadas no nosso vocabulário, especialmente, porque foi ela quem possibiltou-me varias descobertas, através do meu processo de autoconhecimento, transformando-me numa pessoa mais alegre, mais afetuosa, amorosa e principalmente, mais humana.

Ela não somente preencheu minhas carências afetivas, mas ajudou-me, sobretudo, na cura de feridas ainda não cicatrizadas pelo tempo, como a perda de minha querida filha Carolina , há muitos anos atrás. No final, percebo que estou vivenciando um luto dobrado, pois misturei todos os sentimentos que acabaram fundindo-se num só. A Carol estava dentro da Belinha e a Belinha dentro da Carol.

O retorno da viagem para casa tornou-se um verdadeiro martírio, que não desejo para ninguém, pois a cada quilometro percorrido, a angustia crescia, ante a possibilidade do regresso. Como seria a chegada em casa, já que ela não viria mais correndo para o carro, pulando no meu colo? Como conviver com a dor da saudade, se em todos os momentos dentro de casa, ela era presença constante: no quarto, na cama, no banheiro, na sala, no escritório, na cozinha, no quintal, nos passeios, até mesmo nas viagens curtas.

Tomara que quem esteja lendo este depoimento, goste ou ame os animais tanto quanto amei pois, desta forma, terá compreensão suficiente para entender tudo o que estou querendo passar em forma de desabafo, procurando amenizar um pouco esta dor que parece não ter fim.

Mas no final, somente uma coisa importa: a oportunidade de ter vivido um amor tão intenso e verdadeiro, como o amor incondicional. Previlegiado é aquele que pode dizer - eu experimentei isso.

Tudo ainda é muito recente; sei que a minha dor dará lugar a uma imensa saudade e a certeza de que fui alguém especial, principalmente, por ter tido o previlégio de ter tido um ser tão especial do meu lado, afinal, os iguais tambem se atraem.

PACIÊNCIA REQUER PACIÊNCIA

por Tania Paupitz



A PACIÊNCIA é uma das maiores virtudes que todo ser humano deseja conquistar para sua vida.
É uma virtude de aprendermos a manter nosso controle emocional, em várias situações, sem perdermos a calma.
Consiste basicamente da tolerância e da aceitação, perante erros ou fatos indesejados.
É a capacidade que temos de suportar incômodos e dificuldades que possam surgir no nosso dia-a-dia, através das varias situações que se apresentam.

Só que como tudo na vida, a paciência, também tem o seu processo de maturação, necessitando do nosso esforço e empenho diário, saindo do nosso total estado de inconsciência, para um estado mais perceptivo e consciente, onde possamos estar praticando de forma mais assídua, o nosso processo interno de auto-observação e, consequentemente, efetuando nossas mudanças internas.

A paciência, como as demais virtudes, não vem pela graça divina, nem se adquire nas lojas da vida, é conquista interna de cada um, num esforço contínuo e perseverante, aproveitando, nas situações do nosso próprio viver, as lições de autodomínio.

O momento em que despertei para minha impaciência foi através das experiências do trânsito; geralmente, turbulento, competitivo e estressante, para grande parte das pessoas.
Na maioria das vezes, quando saía de carro para fazer alguma coisa, ficava ansiosa, tensa, sentindo a pressão da competitividade, hoje ainda tão exarcebada, por grande número de motoristas, que não raro, necessitam da auto-afirmação, para se sentirem importantes...

Houve um tempo que a minha “loucura” no trânsito chegou a tal nível, que eu não admitia que ninguém me ultrapassasse, sentindo um ímpeto, muito grande de ultrapassar os carros que iam na minha frente.
Com o tempo, e os aborrecimentos que eu sentia, ao me dar conta, da extrema competitividade que teimava em surgir nos momentos de direção, começou a emergir de dentro de mim um novo tipo de consciência, até então, não percebida - aquela poderia não ser uma característica minha, já que, sempre que surgia este tipo de situação, eu acabava direcionando o pensamento para meu pai, recordando que eu agia exatamente como ele, no passado.

Tomando consciência de tudo isto, iniciei meu processo de relembrar os fatos do passado, que poderiam estar me levando, a repetir comportamentos, tão semelhantes como as do meu pai.
Foi então que, mentalmente, surgiu a cena de todo o acontecimento que no presente estava se repetindo comigo.

Lembro que estávamos indo para a praia passar um final de semana e meu pai dirigia "loucamente", não admitindo que ninguém o ultrapassasse, como também, tentava desesperadamente passar por todos que estavam na sua frente, de certa forma, atrapalhando o seu caminho...
Recordei, por um momento, do pavor e do medo que sentíamos (eu e meus irmãos menores), fazendo com que nos escondêssemos no chão do carro, atrás do banco do motorista...

Foi a partir desta lembrança e, posterior conscientização, de que de fato este comportamento não era meu, e sim, algo assimilado e moldado, através de um passado distante, pude dar início ao meu processo interno de ser mais paciente e tolerante no trânsito, exercendo de fato e de direito, a plena posse de mim mesma...

A paciência se desenvolve especialmente, no exercício da TOLERÂNCIA, da justiça que busca ser justa com o próximo sem exigir reciprocidade.
Desenvolve-se também no exercício da renúncia das pequenas coisas que nos aborrecem, principalmente, dentro dos nossos relacionamentos afetivos, que nos oferecem as melhores oportunidades de aprendizados.

Sabe o que tenho aprendido a cada dia?

Que a paciência é a virtude de quem já se convenceu de que tudo nesta vida acaba passando.
Que a tolerância e a aceitação são o segredo de levarmos uma vida plena e feliz.

É termos a certeza que quando entregamos qualquer coisa para o Universo, ele retribui nos propiciando, a resposta certa no momento certo.Além disso, aprendo que cada dia tem o seu dia, o futuro ou passado já não me pertencem e, portanto, tenho que apenas viver o meu momento presente, procurando, através das experiências do passado, tirar lições preciosas para melhorar a cada dia...

Que possamos, pois, nos esforçarmos para desenvolver dentro de nós, sem exigir dos outros, a paciência de escutar, de falar, de confiar, saber esperar, de ensinar, de aprender, de tolerarmos os defeitos alheios, de aceitar os males que não podemos evitar, trabalhando pelo nosso progresso espiritual e, consequentemente, dos que convivem conosco.

Lembrando uma frase do pintor LEONARDO DA VINCI:

“A paciência faz contra as ofensas o mesmo que as roupas fazem contra o frio; pois, se vestires mais roupas, conforme o inverno aumenta, tal frio não poderá nos afetar.
De modo semelhante, a paciência deve crescer em relação às grandes ofensas: tais injúrias não poderão afetar nossa mente”.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

APRENDENDO ATRAVÉS DA DOR

Outro dia, olhando meus e-mails, deparei-me com uma mensagem muito bonita de Divaldo Franco, que dizia o seguinte: “O sofrimento é a presença do amor ausente. Quando não amamos vem a dor para despertar-nos”.

Confesso que um dos motivos desta frase ter me chamado bastante atenção, deve-se ao fato de estar passando por uma fase bastante difícil, após uma queda e posterior fratura do tornozelo. Após a cirurgia e, agora em fase de recuperação, poderia, literalmente, afirmar que estou reaprendendo a andar em todos os sentidos. Quando não andamos de acordo com a vida, ela vem nos trazer algum tipo de aprendizado, para que possamos ser recolocados novamente nos trilhos...

Todos nós já ouvimos em algum momento da nossa vida, certo tipo de comentário com relação ao sofrimento: dizem que o sofrimento enobrece, fortalece o nosso espírito, trazendo-nos aprendizados, etc. Torna-se comum, quando estamos passando por algum tipo de desconforto, darmos início a um processo interno de questionamentos, analisando as pessoas com as quais estamos envolvidos, nossa postura perante a própria vida, atitudes, sentimentos gerados e marcas causadas, para que num tempo relativamente curto toda essa situação possa ser de fato bem assimilada e aceita. Dentro de todo este contexto, quando conseguimos enxergar a própria dor como uma grande aliada e não como uma inimiga, retornamos de fato a sua origem, trazendo desta forma, uma nova visão e compreensão da mesma.

E dentro de tantos questionamentos, quando nossa dor chega no limite do insuportável, podemos estar nos fazendo alguns questionamentos: Por que comigo? Será que eu mereço? O que eu fiz para acontecer tal fato?

Neste instante, alguns podem alternar entre a revolta e a compaixão.
A compaixão nos confere a capacidade de nos sintonizarmos com outras pessoas que também passam por sofrimentos, muitas vezes, bem maiores do que os nossos e, ao deixarmos a necessidade básica em segundo lugar temporariamente, vamos descobrir que nos doando, na realidade, estamos fortalecendo o nosso sentimento de força interior.

Podemos perceber dentro de um relance momentâneo, que perguntas outrora formalizadas no âmbito da revolta e da não aceitação, poderiam ser transformadas em outras , mais complexas e profundas:

 – Será que deixei de amar ou valorizar alguém em especial? Soube perdoar, não permitindo que a mágoa e a revolta invadissem meu coração? O que preciso aprender com isto que está me acontecendo? Tenho certeza de que os motivos ocultos podem ser muitos e a resposta estará, com certeza, dentro da consciência de cada um de nós.

No decorrer da vida, tenho observado que cada pessoa tem o seu processo pessoal de dor ou sofrimento, porém, através da minha experiência pessoal, posso dizer que a principal coisa que tenho aprendido é a de ser menos rígida comigo mesma e com os outros.

Pessoas rígidas estão sempre se impondo limites, muitas vezes porque, na verdade, não se sentem capazes de ultrapassarem os seus próprios, sempre se escondendo atrás de regras que as fazem permanecer no mesmo lugar, onde tudo é conhecido e seguro, ainda que extremamente limitador.

Hoje, tendo esta consciência mais ampliada, percebo que atrás de toda minha rigidez estava a minha não aceitação da naturalidade da vida, que por si só muda a cada momento.

Aprendi que não importa deixarmos algumas pendências para amanhã – ele sempre irá nos esperar. Estou aprendendo que não importa o quanto tenhamos dificuldade de vivenciar o verdadeiro amor em sua amplitude, nunca é tarde demais para conquistá-lo, ainda que seja através da dor ou do sofrimento...

A lição que fica para mim, se traduz numa célebre frase de Sócrates: “ Transforma as pedras que você tropeça nas pedras da sua escada”.

DECISÃO DIFÍCIL

 Não é tarefa das mais fáceis tomar uma decisão, principalmente, quando ela é direcionada para o caso de uma separação. Podemos permanecer numa relação desgastada por anos esperando que algum milagre aconteça, ou que alguém venha com a palavrinha mágica: “vá sem medo... é seguro ir por aí...

Percebemos que sair de um relacionamento fica mais dificil quando sentimos certa melancolia da lembrança daquilo que foi um dia o nosso amor, como se houvesse de fato uma ligação íntima profunda que não se rompe tão facilmente quanto gostaríamos.

 Podemos ainda optar pela separação e nos aventurarmos em busca de outro relacionamento, para, lá na frente, descobrirmos que talvez o abismo que exista entre mim e meu parceiro é o mesmo que me separou de outros homens do passado.

De algum modo, começo a compreender que um relacionamento significa algo diferente de encontrar a pessoa certa.

Quando tentamos encontrar a felicidade numa relação com outra pessoa, o que estamos procurando de fato é a harmonia e equilíbrio em nós mesmos.

 Há uma frase que traduz de forma sutil um dos muitos caminhos alternativos que temos à nossa disposição, para que as coisas tomem um novo rumo: “se você quer se livrar das suas amarras, ame-as”. Da mesma forma, se você não consegue resolver um problema ou um conflito amoroso, entregue-o, e as coisas acabarão por se solucionarem sozinhas, de um jeito ou de outro.

Muitas pessoas vivem mal com seus parceiros e a grande maioria costuma ir literalmente “empurrando com a barriga” para ver o que acontece. Apesar desta não ser uma das melhores alternativas quando o assunto é desgaste, dar-se um tempo para que as coisas amadureçam é uma maneira de deixar que as coisas acabem tomando um rumo. Tudo é um processo e já diz um ditado popular bastante conhecido: o fruto só cai do pé quando encontra-se maduro.

Às vezes, podemos ficar em cima do muro, por vários motivos, entre eles está o que considero o maior de todos – o MEDO, seja da solidão, do desconhecido, daquilo que as pessoas vão pensar (sociedade), dos filhos saírem prejudicados, da perda financeira quando há bens envolvidos, enfim, toda experiência do recomeçar uma nova etapa na nossa vida, acaba nos causando um certo pavor, pois no fundo não sabemos o que o futuro nos reserva.

Lembro que há algum tempo, conversava com uma amiga a respeito das divergências de uma relação a dois e ela que já é casada há muitos anos, me disse: olha fulana... o segredo de viver bem com um homem é ficar quieta, deixar ele falar, se irritar, fazer de conta que entra por um ouvido e depois sai pelo outro... Somente dessa forma a gente vive feliz dentro de um casamento...

Foi, então, que eu a questionei: e o que eu faço com aquilo tudo que estou ouvindo e não me agrada? Limito-me a engolir o sapo, e daí?
Por um bom tempo, fiquei pensando sobre esta questão, para muito mais tarde descobrir que quem sabe, no fundo, a minha amiga estivesse completamente cheia de razão.  Não que engolir sapos nos faça mais felizes mas, pelo menos, se estivermos em paz conosco, equilibradas emocionalmente, o sapo que irão nos fazer engolir com certeza, retornará para a pessoa que nos enviou...

Se formos nos lembrar das milhares de vezes que rebatemos uma ofensa, um ponto de vista, tornando-nos incisivos, algumas vezes até agressivos, com certeza, não iremos ter boas recordações destes momentos, pois o desgaste provocado, na maioria das vezes, não compensa todo nosso esforço em querer estarmos cobertos da razão.

Agora, se pensarmos no sentido inverso... quando alguém nos ofende, ou nos critica de forma deliberada, e agimos como se não fosse conosco como disse minha amiga - o que poderá acontecer?
 Num primeiro momento, a pessoa que quer nos atingir vai ficar muito surpresa com nossa mudança de atitude, e aquilo que ela nos enviou, seja uma ofensa, uma crítica, não encontrará um meio para se manifestar, então, terá que retornar à sua origem. Aquela energia contaminada e carregada de negatividade tenderá a retornar para pessoa que enviou.

Adquirir esta compreensão para não revidarmos a ofensa alheia, a crítica maldosa... é ainda algo bastante dificil para grande maioria das pessoas.  É um desafio que temos que exercitar através da prática do dia-a-dia.

Essa maturidade emocional, aliada ao desapego poderá nos servir de ponte para darmos um novo sentido à nossa vida.

No fundo, não importa com quem você vive. Você sempre vai terminar consigo mesmo. O outro é só um pano de fundo para testarmos nossas necessidades, capacidade de amar, preconceitos, feridas, e acima de tudo, o abismo entre nossos desejos e medos.
Nenhum parceiro pode nos fazer feliz e muito menos garantir que tenhamos em alta nossa auto-estima e confiança. Sendo assim, não importa quem a gente vai encontrar, pois no final acabaremos encontrando tão somente a nós mesmos.

DESGASTE AMOROSO


por Tania Paupitz

O relacionamento já não estava bom havia alguns anos.... tudo devido ao desgaste natural oriundo de pequenas brigas, discussões bobas que, muitas vezes, acabavam se transformando em uma grande guerra.

Claro que nessas situações não existe um culpado... todos nós já conhecemos o velho ditado popular: “quando um não quer dois não brigam”, porém, quando temos uma grande divergência de pensamentos, crenças, valores, tudo acaba sendo muito diferente... o desafio maior passa a ser a convivência pacifica entre estes dois mundos tão distintos...

Já não é uma questão de nos adequarmos à pessoa em si... mas uma questão de aceitarmos as diferenças e termos a compreensão de sair de dentro nós mesmos, colocando-nos no lugar do outro. Essa visão distanciada de si mesmo nos permite uma melhor avaliação da situação. Vivenciar a aceitação é um dos maiores desafios de qualquer relacionamento e por isso não é tarefa das mais fáceis.

Nesse caso, os parceiros devem trabalhar esta questão de forma igualitária, ou seja, ideal que haja o discernimento para juntos perceberem essas diferenças e com maturidade irem se lapidando aos poucos. Esta seria com certeza, a parceria ideal, buscada por tantas pessoas que ainda sonham em encontrar a sua cara metade e viverem uma vida harmoniosa.

O que ocorre é que hoje a grande maioria dos relacionamentos ainda fica patinando com as questões de respeito mútuo, paciência, aceitação, compreensão, tolerância... e tantos outros atributos necessários para uma vida conjugal mais feliz.

E nessa guerra sem fim, enquanto ainda nos sentirmos os donos da verdade querendo fazer prevalecer a nossa vontade acima de qualquer coisa, quando o outro parece ser sempre o culpado se o relacionamento não vai bem e , se ainda, não temos o mínimo de consciência dos nossos defeitos, acabamos ficando num interminável jogo de vítima – algoz.

No livro Vida em Harmonia, de Ivo Fachini há um trecho que diz: “ todos nós ao nascer ganhamos um espelho. Este espelho é, então, colado no nosso peito.  E assim vivemos toda a nossa vida, refletindo o outro e vendo no (espelho do) outro o nosso reflexo". Hermann Hesse disse: "Se voce odeia uma pessoa, odeia algo nela que faz parte de você. O que não faz parte de nós não nos incomoda".

Somente quando mudamos é que as coisas começam a se modificar. Poderemos, então, chegar à conclusão de que não é o outro que precisa mudar, talvez seja a minha maneira de enxergá-lo que precisa ser alterada, ou ainda, eu precise realmente mudar minhas atitudes para passar a compreende-lo melhor. Quanto mais sabemos por que as pessoas agem de determinada maneira, mais poderemos mudar a nós mesmos. Isso, quando ainda há um único sobrevivente, capaz de reverter toda a situação de um relacionamento deteriorado - o próprio amor...

NOSSO LADO SOMBRIO



Todos já tivemos, com certeza, um dia sombrio, aquele em que acordamos sem disposição para nada. A vontade é ficar na cama apenas relaxando, deixando-se envolver por aquele momento de não-ação. É um misto de preguiça e indisposição interna que, muitas vezes, nem mesmo sabemos explicar os reais motivos que nos levam a essa sensação de inércia. Nossa sombra por natureza está sempre escondida, como se a luz da consciência lhe roubasse a própria vida.

James Hilman, psicanalista junguiano, afirma: "O inconsciente não pode ser consciente; a Lua tem o seu lado escuro, o Sol põe-se e não pode brilhar em todo o lado ao mesmo tempo; e até mesmo Deus tem duas mãos. A atenção e a concentração requerem que algumas coisas permaneçam fora do campo de visão, permaneçam na sombra."

 Normalmente fica mais fácil vermos a sombra através das características e atitudes desagradáveis do outro, ou seja, do lado externo, onde é mais seguro observá-la. O processo de se olhar de frente exige grande energia e coragem de nossa parte, pois é difícil imaginar a energia que acabamos desperdiçando na tentativa de esconder de nós mesmos aquilo que não temos coragem de encarar.

Quando se tem alguma atitude emocional diante da fraqueza do outro, isso poderá ser um sinal de que, com certeza, você também a possui. E, quando nos deparamos com nossas reações de aversão, agressão ou até mesmo antipatia com relação à outra pessoa, pode ser o nosso lado sombra atuando. Na verdade, estamos quase sempre projetando na figura do outro aquilo que nos irrita ou nos incomoda, procurando uma maneira inconsciente de atribuir à outra pessoa a referida qualidade. Sabemos que a sombra de cada um de nós é pessoal e é representada pelas características da nossa personalidade que normalmente não desejamos assumir como nossas e que, no fundo, são nossas fraquezas atuando de forma indesejada.
A psicanalista Molly Tuby define algumas formas onde a sombra poderá se manifestar em nossas vidas:

 1) nos sentimentos exagerados em relação à outra pessoa - "Nunca imaginei que ele fosse capaz de dizer tal coisa!"
 2) em situações nas quais nos sentimos humilhados ou envergonhados diante de alguém ou algum fato - "Não me sinto à vontade perto dele; ele me deixa constrangida com seu           jeito   arrogante."
 3) na raiva exarcebada com relação ao erro dos outros - "Ela bateu com meu carro ocasionando dano total! e vários outros sintomas que podem expressar nosso lado sombra.

 Mas, você deve, com certeza, lembrar-se daquele dia “especial” em que teve vontade de jogar tudo para o alto: dane-se o tempo, o relógio, o compromisso, a cama para arrumar, o almoço para fazer e tudo o mais que acaba sempre nos remetendo ao compromisso, ao “tenho que”. Jogar tudo para o alto não significa, necessariamente, ser irresponsável, mas dar-se o direito de vez em quando de sentir-se livre para escolher e definir seu próprio dia. Isso é algo que, convenhamos, transforma o dia de qualquer adulto num dia mais feliz, relaxante e prazeroso.

Esteja aberto para os bons momentos, pois eles também fazem parte da nossa vida. Comece fazendo alguma coisa emocionante ou diferente do que costuma fazer rotineiramente. O primeiro passo é aprender a dizer “sim” para a vida. Isso não é encher a sua agenda, se martirizando, ou negligenciando seus próprios compromissos para agradar outra pessoa. É, na verdade, um processo de aprender a dizer “sim” para as oportunidades que surgem, através de novas experiências em sua vida. Isso significa dar-se o direito de fazer, pelo menos uma vez por semana, o que realmente lhe proporciona prazer e satisfação.

Para respeitar quem você é e aquilo que valoriza, tem que saber o que gosta e quais são suas prioridades. O que a deixa feliz? Quando foi a última vez que experimentou a genuína sensação de sentir-se feliz e relaxada? O que fazia ou com quem estava?

Nunca se afaste das coisas, por pequenas que sejam, que lhe proporcionam alegria e que dão um maior significado à sua vida.

PENSAMENTOS SOBRE A DESILUSÃO

por Tania Paupitz

A desilusão é um fenômeno exclusivamente humano e pressupõe que nos enganamos a respeito de algo ou alguém que num determinado momento de nossas vidas, imaginávamos ser completamente diferente, do que havíamos idealizado. Quase sempre estamos criando fantasias em nossa mente, dessa forma, bloqueando a nossa consciência, recusando-nos a aceitar a verdade como ela se apresenta. Há um pensamento de Alexander Pope, que traduz bem o sentido de uma desilusão: “Feliz do homem que não espera nada, pois nunca terá desilusões”.

Sabemos que vivenciar uma desilusão é passar por uma experiência bastante desagradável, pois denota algo que está sob nossa responsabilidade, que nós mesmos criamos baseado em fatos e expectativas irreais. Quando a fantasia não corresponde ao que esperávamos, sentimos a dor de uma “desilusão” que, no fundo, é a perda do nosso entusiasmo - como se fossemos, literalmente, “cortados” em nossos anseios e expectativas.

Recentemente encontrava-me “encantada” por uma pessoa, pela qual nutria imenso carinho e que no fundo, talvez, ela me recordasse a figura de alguém muito especial que, infelizmente, havia partido desse mundo. Quem sabe, uma “projeção inconsciente”, não saberia definir. Após a desilusão, veio à tona a realidade, ou seja, a pessoa acabou mostrando quem realmente era, ocasionando-me, grande decepção. Lembro-me que foi um processo bastante doloroso, principalmente, o de aceitar que se havia algum culpado, esse culpado era eu mesma e não a pessoa, que provavelmente dentro da sua “imaturidade”, não havia percebido que algo já havia se "quebrado" dentro do relacionamento.

Retrocedendo a fita mental de toda situação, revendo minuciosamente os detalhes de cada coisa por mim investida, percebi tudo o que havia apostado e colocado dentro desse relacionamento amigável: afeto, carinho, compreensão, sinceridade, abertura, disponibilidade, cumplicidade. Mas será que poderia esperar a mesma coisa do outro lado? Hoje tenho absoluta certeza que não e percebo o quanto iludi a mim mesma.

O ponto culminante de toda essa investigação acabou me propiciando grande paz interna, pois havia então compreendido o porquê de toda aquela sensação desagradável, gerada por uma auto-ilusão. Concluo que quando nos conscientizamos de alguma situação desagradável, o resultado acaba tornando-se produtivo, principalmente, quando temos como objetivo o aprendizado, evitando-se dessa forma, a não repetição dos mesmos erros.

Após o ocorrido, veio-me as mãos o seguinte comentário de um livro que abri aleatoriamente: "não leve seus pensamentos muito a sério”. Pude então constatar que precisamos aprender a ir alem dos nossos pensamentos, percebendo que ao interpretar a nossa vida e a vida das outras pessoas, ou ainda , ao julgarmos qualquer situação, estamos expressando apenas um ponto de vista entre muitos possíveis.

Finalmente, com isso pude aprender que:

- Não há culpados. A pessoa que se sente desiludida ou enganada é quem acaba atraindo para si mesma esse tipo de situação, como uma forma de aprender algo a respeito.

- Não é salutar imaginar ou fantasiar algo que desconhecemos a respeito de situação ou pessoa.

- Se já é um processo difícil a busca do autoconhecimento, imagine querermos conhecer profundamente a figura do outro.

- Torna-se fundamental praticarmos a arte da observação, antes de nos envolvermos emocionalmente em qualquer situação.

- Não criar expectativas é imprescindível para vivermos no aqui e agora.

As ilusões que acabamos criando servem-nos, de certa maneira, de defesas contra nossas realidades amargas. De um lado podem nos poupar das dores momentâneas, de outro nos tornam prisioneiras da irrealidade. Do livro – “ As dores da Alma” – pelo espírito Hammed, do autor  Francisco do Espírito Santa Neto - extrai o seguinte comentário sobre desilusão: “ Não será fácil renunciarmos as nossas ilusões, se não nos conscientizarmos de que a alegria e o sofrimento não estão nos fatos e nas coisas da vida, mas, sim, na forma como a mente os percebe”.

Mário Quintana, com sua sabedoria infinita nos diz:  “Amor não é se envolver com a pessoa perfeita, aquela dos nossos sonhos. Não existem príncipes nem princesas. Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também dos seus defeitos. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser”.

EM BUSCA DA SERENIDADE

por Tania Paupitz de Souza

Serenidade é sinônimo de tranqüilidade, paz interior, harmonia, calma. É um estado de alma, significando ter a confiança de tomar decisões sábias acerca do caminho a seguir.

Juntando a esta definição, gostaria de incluir uma frase que escutei de um grande amigo, que diz o seguinte: "Não se preocupe com pequenas coisas e lembre-se que tudo são pequenas coisas”. A serenidade começa quando nós estamos tão bem conosco que nada pode nos perturbar e somente uma pessoa que está vivenciando o seu processo de autoconhecimento, conhecendo o seu verdadeiro Eu, sabe que nenhum fator externo poderá fazê-la feliz ou infeliz.

 Diante de uma agressão ou ofensa, podemos perder a serenidade, mas sabemos que ninguém pode nos ofender ou magoar se nós não o permitirmos; quando damos poder para que outro nos tire do sério, estragando o nosso dia, estamos bastante distantes de atingir esse estado sereno e tranquilo.
 Dia desses, lendo um artigo numa revista, uma frase me chamou atenção: "O mal que os outros me fazem, ou parecem fazer, não me faz mal, porque não me faz mau; somente o mal que eu faço, ou pretendo fazer aos outros é que me faz mal, porque me torna mau; e antes de fazer, ou parecer mal aos outros, já fez um mal real a mim mesmo". Pode parecer complexo, mas sabemos que quando desejamos ou fazemos algo prejudicial a uma pessoa, estamos de uma certa forma, prejudicando muito mais a nós mesmos.

 Quando Gandhi pelo fim de sua vida repleta de injustiças, foi interrogado se havia perdoado a todos os seus inimigos, respondeu serenamente: “Não, porque nunca ninguém me ofendeu”. Como iniciado na suprema verdade sobre si mesmo, sabia que nenhuma das numerosas ofensas recebidas tinha atingido seu verdadeiro EU, sua ALMA, o seu Cristo interno. É assim que a serenidade atua em nosso interior, mantendo-nos inflexíveis a tudo que vem do exterior.

Ao praticarmos a serenidade, descobrimos que somos capazes de continuar sendo uma pessoa positiva, mesmo em meio a um grande tumulto de crises e conflitos. Percebemos que os problemas existem, mas podemos permanecer serenos e confiantes.

Acredito que ao nos doarmos aos outros a serenidade surge de maneira mais espontânea.
É quando nos voltamos para o exterior, procurando olhar para as necessidades e os problemas das pessoas que estão à nossa volta que nossos próprios transtornos são contemplados. Examinando nosso caminho rumo à serenidade, podemos descobrir que temos ainda muito que aprender.

Penso que uma das maneiras de praticarmos a serenidade começa pela nossa doação, nossa disponibilidade interna em fazermos o bem a alguém, seja ele de que maneira for: ajudando a cuidar de velhinhos num asilo, dando aula de artesanato num Hospital para portadores de Câncer, ajudando a separar roupas num abrigo para sem-tetos...Todos nós temos algo único e valioso a oferecer e essa nossa disponibilidade interna em ajudar o nosso próximo poderá nos beneficiar, trazendo a serenidade...

A trilha para serenidade se ilumina cada vez que você demonstra bondade e compaixão para com outro ser humano. É no centro do nosso coração que encontramos a serenidade, quando nos tornamos capazes de integrar nossas mentes com nossos corações e nossas ações com nossas intuições. Nesse momento, encontramos um significado genuíno em nossas vidas, onde a serenidade passa a estar presente.

APRENDENDO SOBRE A TOLERÂNCIA

 Por Tania Paupitz

“Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos”. (Jung)

Recentemente, lendo um livro, uma frase me chamou bastante atenção: “a tolerância é o prolongamento da aceitação”, ela traz consigo a benevolência, fazendo com que as pessoas possam pensar, agir e viver de forma diferente de si mesmo.

Acredito que uma pessoa tolerante tem como objetivo principal o diálogo aberto e franco procurando uma maior adequação em sua forma de viver e sentir, diferente de ter que ser do seu jeito. Não fica difícil traçar o perfil de uma pessoa quando ela é ou não tolerante, pois é bastante freqüente encontrarmos muita intolerância e inadaptabilidade nos dias de hoje, principalmente, nas situações do nosso dia-a-dia, como por exemplo: no trânsito, no lazer, no trabalho e, sobretudo, nas relações afetivas.

Saber dos nossos limites, onde começa o meu e termina o seu, torna-se fundamental para o respeito mútuo. Se pararmos para observar, quando estamos desequilibrados, tudo parece conspirar para que a situação vivenciada aumente de tamanho, ou seja, a irritação, desconfiança, medo e insegurança tendem a ser tornar nossos maiores inimigos.

É o caso, por exemplo, se nos encontramos no trânsito e começamos a ficar irritados com a fila que não anda, com os motoristas imprudentes; buzinas começam a disparar, pessoas esticam seus pescoços para ofender o motorista ao lado, alguém vem e nos dá uma fechada, ou ainda, alguns mais impulsivos acabam partindo para agressão física.

Uma dica interessante é sempre que se perceber intolerável em alguma situação faça-se a seguinte pergunta: Qual o sentimento que se esconde por trás dessa situação que eu não quero enxergar? Pode ser que você se perceba constrangido, mal hulmorado, inseguro, ansioso, ou ainda, com algum sentimento de inferioridade que aquela situação ou pessoa acaba despertando em você.

Observe-se e concentre suas energias para vivenciar esse sentimento de maneira que sua intolerância se evapore e você possa compreender tanto suas emoções quanto as ações ou comportamentos de quem você esta julgando. Nosso julgamento sobre alguém não servirá como escudo protetor contra nós se nos tornarmos como ele.

Acredito que a atitude de sermos tolerantes vem com a maturidade das experiências vividas e da nossa disposição em nos permitirmos conhecer e aprender sobre cada tipo de atitude, lembrando que sempre seremos o reflexo do outro. Tomar consciência de que a tolerância faz parte do nosso processo de aprendizado e evolução já é um grande começo para a transformação.

Uma técnica que utilizo com bastante freqüência é procurar tomar consciência do que estou sentindo em determinado momento. Por exemplo, se me percebo irritada com alguma coisa ou alguém, procuro sair de mim, praticando a auto-observação; respiro fundo, procuro olhar para mim como se fosse outra pessoa.

Percebo que não posso deixar ser levada por emoções que não me pertencem, ou seja, por que vou dar poder para que o outro me irrite ou me incomode?
Como bem disse uma amiga minha: o outro é o outro, como posso permitir que alguma pessoa determine a maneira como vou sentir, se estou em equilíbrio comigo mesma?

Experimentar a tolerância significa compreender que devemos ter consideração pelo que o outro pensa, sente e escolhe... sendo capazes de responder corretamente às circunstâncias, sem se ferir ou magoar.

Se tivermos a capacidade de acender a nossa luz interior, nos permitindo uma maior ampliação de consciência, perceberemos que:

"Na fonte, há lama; a rosa tem espinhos.
O sol no eclipse é sol obscurecido,
Na flor também o verme faz o seu ninho,
Erram todos, eu mesmo já errei tanto”.
William Shakespeare – soneto 35.

ANSIEDADE NOSSA DE CADA DIA.

por Tania Paupitz

Ela chega devagarzinho e quando menos você espera. A poucos minutos de uma entrevista de emprego, por exemplo. O suor frio molha as mãos, o coração dispara, a respiração torna-se ofegante e sentimos todo nosso corpo passando por um turbilhão de sensações e emoções decorrentes da ansiedade que, no fundo, nada mais é do que um produto que o cérebro humano encontrou para se defender. Quando o cérebro capta um sinal de perigo, ficamos em alerta e é quando se deflagra todo um processo colocando nosso corpo num estado emocional que mantém o nosso organismo pronto para a luta ou a fuga.

A ansiedade está diretamente ligada às coisas que irão acontecer lá no nosso futuro, sendo uma das emoções mais difíceis de lidar, pois não nos encontramos centrados no nosso aqui e agora. A necessidade de entender esse terremoto emocional levou muitos cientistas a empreender estudos pelo interior do nosso cérebro, buscando explicações porque algumas pessoas são presas mais fáceis desse problema. Sabemos que hoje a ansiedade faz parte da rotina da vida das pessoas e, segundo algumas pesquisas, constata-se que na maioria dos casos, os mais graves problemas de ansiedade, não se resolvem sozinhos, necessitam de tratamento, seja através de ajuda profissional (terapia) ou até mesmo, medicamentos.

Os distúrbios da ansiedade são os problemas psiquiátricos mais comuns na atualidade e podem se manifestar através de fobias, medos irracionais (objetos, animais, ou de qualquer coisa), síndrome do pânico, ataque de ansiedade aguda com suor frio, falta de ar, boca seca e até mesmo medo da morte. A versão mais popular desse transtorno é a ansiedade generalizada que se caracteriza por um permanente estado de preocupação, muitas vezes, excessiva.

Um exemplo bastante corriqueiro que traduz bem a ansiedade vivenciada no nosso dia-a-dia poderia estar relacionado a um engarrafamento de trânsito, quando estamos eventualmente apressados e ficarmos preocupados em ter que pegar nossos filhos na escola ou um encontro marcado com o dentista, ou ainda, alguém que ficamos de pegar no aeroporto. É nesse momento, com o trânsito totalmente congestionado, o celular sem sinal, que se dá início ao processo gerado pela ansiedade de chegarmos logo e cumprirmos com nossos compromissos. É como se de dentro de nós disparasse um sensor, sinalizando todos os sintomas desagradáveis de tensão, nervosismo, medo e os mais variados tipos de pensamentos: "E se eu não puder chegar a tempo de pegar meu filho, será que ele vai estar bem?" "Se eu perder o horário do dentista, será que irei conseguir outro horário logo?" "Será que a pessoa do aeroporto está me esperando ou está pensando que me esqueci completamente de ir buscá-la?" E assim nossa mente segue preocupada, girando num interminável círculo de melodrama, num conjunto de preocupações levando ao seguinte e voltando ao começo.

É obvio que não há mal quando a preocupação funciona com o objetivo específico de resolvermos algum problema, ou seja, quando empregamos a reflexão construtiva, geralmente, podemos atrair a solução. No caso da ansiedade, quando o medo dispara o cérebro emocional, parte dele fixa atenção na ameaça direta, forçando a mente a obcecar-se como tratá-la e a ignorar tudo o que vai além daquele momento presente. A preocupação é, num certo momento, uma antecipação da ocorrência de um fato desagradável e de como lidar com isso. O papel da preocupação que vem da palavra “pré-ocupar” a nossa mente é o de projetar soluções positivas para os perigos que nos circundam, prevendo-os antes que surjam.

Com toda a certeza, muitas pessoas já passaram por experiências que a deixaram ansiosas em determinadas situações, pois vivemos um ansiar sem fim. Uma situação da qual me lembro, e que costumava gerar muita ansiedade, era quando eu sabia que teria que viajar para algum lugar desconhecido, principalmente fora do país. Recordo-me que costumava não dormir direito na noite anterior ao dia da viagem, pois a preocupação, o nervosismo e o próprio medo (talvez do avião cair!), acabava tomando conta de minha mente, não permitindo que eu relaxasse um só minuto. Minha cabeça girava tal qual a sensação de estarmos numa roda gigante.
Queria relaxar e dormir, porém, quando mais tentava, em vão se tornava todo esforço, pois não tinha o domínio sobre minha mente. Com os pensamentos totalmente enlouquecidos, sem controle, gerando os mais variados tipos de distorções, medos infundados, pensamentos sem nexo, acabava não dormindo e no outro dia, viajava sempre muito cansada e estressada.

Lendo um trecho do livro “A natureza da Inteligência Emocional”, Borkovec nos diz o seguinte: “O primeiro passo para nos livrarmos da ansiedade é a autoconsciência; é se apoderar dos episódios preocupantes tão logo eles se iniciem.
O ideal sendo assim ou imediatamente após que a instantânea imagem catastrófica dispare o ciclo de preocupação-ansiedade”. Ele costuma treinar pessoas se utilizando do seguinte método: primeiro ensina a pessoa a monitorar os indícios da ansiedade, sobretudo, aprendendo a identificar situações que provocam preocupação ou os pensamentos e imagens que, num relance, dão início à preocupação, assim como as conseqüentes sensações corporais de ansiedade. Com a prática, as pessoas aprendem a identificar as preocupações num ponto cada vez mais perto do início da espiral da ansiedade.

As pessoas também aprendem métodos de relaxamento que podem aplicar nos momentos em que percebem o início da preocupação e praticam-nos diariamente para poderem usá-los na hora em que mais precisem. Ele salienta também que o método de relaxamento por si só não é suficiente; é preciso contestar ativamente os pensamentos preocupantes; sem isso, a espiral de preocupação retornará, gerando ainda mais ansiedade.

Outra das muitas técnicas que temos à nossa disposição para lidar com a ansiedade está relacionada aos exercícios de controle da respiração, pois eles ajudam a pessoa ansiosa a respirar mais calmamente. Na sua grande maioria, as pessoas ansiosas respiram predominantemente pelo tórax. Por isso a respiração é mais rápida e ofegante.

Hoje em dia temos à nossa disposição inúmeros profissionais da área da saúde que nos orientam de forma adequada para aliviar a maioria dos sintomas oriundos da nossa ansiedade que acabam, com certeza, atrapalhando bastante a nossa vida.
QUIETUDE MENTAL
por Tania Paupitz de Souza - tania.paupitz@gmail.com
Nossa mente está em constante tagarelice e se não tomarmos as devidas providências, ela simplesmente toma conta da nossa vida. É através das palavras, acumuladas no decorrer de várias existências, que nossa mente vai se formando.
O silêncio, ao contrário, está constantemente à nossa disposição, sempre que precisamos entrar em contato com nosso Eu Interior. Você já reparou, como necessitamos do silêncio? Ou ainda, como é importante esse contato interno, onde também, temos a oportunidade de aprender, várias coisas, a nosso respeito!

Algumas vezes, nossa mente está tão agitada, com vários pensamentos contraditórios ou distorcida da própria realidade que podemos ter a impressão que nossa cabeça vai explodir a qualquer momento. Hoje em dia, somos constantemente bombardeados por uma série de informações que estão sempre à nossa disposição. Por isso, é de suma importância tirarmos uma folga mental, procurando usufruir do silêncio, como o próprio ar que respiramos. O silêncio interior torna-se imprescindível, principalmente, quando necessitamos recuperar essa paz mental, deixando nossa mente aberta para o fluxo de coisas novas e de tudo aquilo que podemos pensar como sendo uma graça ou uma bênção divina.

Estar em silêncio traduz-se no estado da mente livre de pensamentos e no qual existe uma profunda imobilidade, onde nenhum movimento na superfície pode penetrar ou alterar. Isto se adquire com maior facilidade quando aprendemos a treinar nossa mente, principalmente, através da prática da meditação.

Quando meditamos, observamos o total silêncio que vai se aprofundando, à medida, que vamos nos conhecendo. Se você encontrar dificuldades em entrar em contato com o seu silêncio interior, é mais fácil, em primeiro lugar, concentrar a atenção no movimento da respiração, expirando e inspirando o ar lentamente. Tomar consciência da nossa respiração, bem como do silêncio que emana desse ato, é algo que, aos poucos, vai transformando nossa vida, tornando-nos mais seguros e autoconfiantes.

É importante praticarmos a arte da observação dos nossos processos e diálogos internos. Observar sem se identificar com aquilo que observamos, como se tivéssemos a capacidade de sair de nós mesmos, indo de encontro a um segundo “eu”, como se fôssemos uma testemunha. É dessa forma que a velocidade de processamento vai diminuindo e os pensamentos vão cessando aos poucos. E assim, nossa mente vai aprendendo a ficar em silêncio. Somente conseguiremos alcançar esse objetivo, através, da prática sistemática e persistente da observação consciente de nós mesmos. Buda, com sua sabedoria universal já aconselhava seus seguidores: “quando vocês estiverem reunidos deveriam fazer uma de duas coisas: discutir o Dhamma ou observar o nobre silêncio”.

Se, por exemplo, nos encontramos diante da televisão, tendo muitas vezes, que “engolir” notícias que nos parecem desagradáveis, podemos escolher entre mudar o canal, desligar a TV ou, simplesmente não assisti-la. Em muitas ocasiões, tenho procurado silenciar minha mente, pois penso que esta é uma das muitas formas de estarmos inseridos no mundo, sem sermos dominados por ele. É como se interagíssemos com o “todo universal” , nos presenteando com esse encontro pessoal, junto à nossa mais pura essência.

Os pensamentos podem ir e vir, movendo-se livremente, porém, eu não me apego a eles, simplesmente os solto, observando-os, distanciadamente. Uma mente que tenha alcançado essa calma interna pode começar a atuar de forma poderosa, dando forma mental ao que recebe do Alto sem se prender a nada, sem produzir nada em si mesma, com serenidade e imparcialidade, trazendo para sua vida o poder e a luz de sua força interior que, com certeza, irá repercutir em tudo que a cerca.

“Tem uma parte no livro de “Osho – Silenciando a Mente”, que caracteriza bem esse momento tão importante em nossa vida, que é o silêncio mental: “No presente, apenas a consciência é necessária, mas não a mente. A mente só é necessária em algum lugar do futuro, do passado, mas nunca aqui. Quando você sentir que a mente foi para outro lugar, quando você estiver em uma cidade e sua mente estiver do outro lado do mundo, fique alerta imediatamente. Volte para casa. Volte para o lugar onde você se encontra. Ao comer, coma. Ao andar, ande. Não permita que a mente fique vagando pelo mundo. Novamente, isso não se tornará meditação, mas ajudará em seu caminho”... Rumo ao silêncio e à sua paz interior.