quarta-feira, 17 de agosto de 2011

MENTE INSANA

por Tania Paupitz

Fico pensando no quanto uma pessoa muito querida do passado, tinha razão ao afirmar: “problemas a gente é quem cria”. Ao contrário do passado, se eu fosse ouvir esta frase hoje , concordaria plenamente, já que adorava curtir um “probleminha”, como ainda muitas pessoas gostam.

Algumas destas pessoas, já estão tão habituadas a viver dentro dos problemas que elas mesmas criaram que, não saberiam viver suas vidas de outra forma; acabam sendo vítimas de si e circunstâncias externas.

Imagine quantas pessoas passam pela vida, buscando o sofrimento, os problemas, pensando e alimentando na sua mente, pensamentos que derrubam, desestabilizam.

Pense numa cena comum: alguém que não tenha o domínio sobre seus pensamentos , acorda de manha, vê o tempo lá fora e já começa a reclamar, da chuva, do sol, do calor, da preguiça, do marido, do filho ...

A manhã segue, e sinto-me tão nublada e cinzenta quanto o tempo lá fora; meus pensamentos estão soltos e acabo literalmente, sendo empurrada para as situações corriqueiras do dia a dia, que já começam a me acenar.

Sento-me à mesa para almoçar, mas não tendo consciência deste momento, mal sinto o sabor da comida que estou prestes a saborear. Algo que deveria ser prazeroso transforma-se num martírio. Engulo a tudo rapidamente, sinto o estomago embrulhar e acabo saindo para fazer minhas coisas do dia - ir ao Banco, ao Supermercado, ao Shopping...

Ao sair, tudo já vem atrapalhado... um carro quase me bate quando dou uma ré ; grito histericamente com o outro motorista que “graças a Deus” acaba não ouvindo meus palavrões. Por um momento, sinto-me envergonhada de minha atitude intempestiva e num lapso de sã consciência, penso que afinal, o problema esta mesmo é comigo.

Isso me deixa ainda mais triste e ansiosa. Quero mudar, fazer alguma coisa por mim , transformar-me numa nova pessoa: mais calma, centrada, equilibrada emocionalmente – aquela pessoa que não se deixa abalar por coisas externas.

Num relance, este momento de consciência passa tão rapidamente, quanto a minha ida ao Banco, aonde filas enormes já começam a me deixar novamente impaciente.

Aquele homem, um pouco mais a minha frente, conversa no celular despreocupadamente, às gargalhadas, e aquela atitude acaba me deixando bastante irritada.
A fila emperra e já posso notar as pessoas ao meu redor, tão impacientes e irritadas , quanto eu.

Por muito pouco, não perco novamente a cabeça, dando uma bela xingada no homem.
Mas tudo passa novamente de maneira muito rápida; tento controlar minhas emoções que vêm aos borbotões e, por um momento dentro da minha insana loucura mental, parabenizo-me por ter tido uma atitude pacifica, mesmo que minha mente estivesse sendo totalmente contraditória, com a realidade dos fatos.

Sigo meu dia e agora, no supermercado, muita agitação, hoje é dia de pagamento do funcionalismo público e, todas as pessoas parecem resolver fazer suas compras no mesmo dia.
No caixa uma fila gigantesca. Antes de me irritar novamente, procuro acalmar-me , abrindo um pacote de salgadinhos, para que o tempo passe mais depressa. O sinal vermelho do caixa acende e uma Senhora distinta, resolve trocar uma mercadoria... Até o atendente vir, já se passou meia hora.

Uma moça na minha frente reclama da demora e, de repente, estou tambem reclamando, falando pelos cotovelos, feito uma “velha” chata e resmungona...
Por um instante imagino como as emoções afetam as pessoas em sistema de encadeamento e sinto-me muito mal por não ter aprendido a controlar melhor este meu lado.

Saio do supermercado mais exausta do que entrei. Sinto que minhas energias estão zeradas e já não tenho mais vontade de fazer nada, a não ser ir para casa, deitar na minha cama, fechar os olhos e não pensar em nada.

Como seria bom se pudéssemos parar a nossa mente... desligando o motor, fazendo com que tudo ficasse zerado.

Já refeita do cansaço, ao acordar, tomo a decisão mais importante da minha vida: vou mudar e a partir de hoje tomar conta da minha mente, sendo senhora e dona dos meus pensamentos.
Não mais permitirei que ela me domine, fazendo com que eu faça coisas, que muitas vezes não gostaria de estar fazendo.

Inicio o dia fazendo uma pequena oração de agradecimento, especialmente pela chuva, que vem graciosamente molhar todas as plantas e folhagens do meu jardim.
Tomo meu café tranquilamente, mentalizando palavras de otimismo, enchendo minha mente com pensamentos que irão fortalecer minha auto estima e quem sabe, tornar o meu dia mais atrativo.
Ao sair de casa, percebo que minha energia mudou e, já não atraio pessoas e situações problemáticas.

O transito flui, as pessoas são gentis e, pasmem: não há filas hoje!

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