domingo, 22 de janeiro de 2012

O OUTRO É SEMPRE CULPADO !




por Tania Paupitz - tania.paupitz@gmail.com

Algumas pessoas atravessam a vida quase que inteiramente tomadas pelo sofrimento, enquanto outras passam por ele aprendendo que longe de ser uma desgraça ou punição, o sofrimento tambem, funciona como reequilíbrio e tratamento para o Espírito.

Existem tambem, outras pessoas que se escondem através de uma armadura tão poderosas que sequer conseguem saber de seus verdadeiros sentimentos, mal tendo conhecimento de si próprias; iludindo-se e escondendo-se, dentro das verdades que criam no seu próprio mundo particular ; são as que comumente dizem: “comigo esta sempre tudo ótimo, " nada vai me acontecer" , "os outros é que tem problemas".

Imaginam, talvez, que nada possam fazer a respeito e, mesmo, sentindo-se infelizes e inadequados preferem esconder-se dentro de sua caverna solitária.
Outros ainda podem tornar-se agressivos, arredios, orgulhosos e, até mesmo, tiranos; descontando com facilidade, sua negatividade nas pessoas de seu convívio, especialmente, dos familiares.

Nesta situação de, descontarmos em cima do parceiro toda nossa insatisfação intima, através de uma irritação , por exemplo, é que ocorrem a grande maioria de discussões familiares, onde, geralmente, um sempre quer culpar o outro pelo seu “estado emocional” - “você esta me irritando “ , quando na verdade, gostaria de dizer "eu estou irritado".
É sempre muito mais cômodo jogar a responsabilidade sobre o “outro”, principalmente, quando queremos nos sentir um pouco melhor.

Não raro, encontramos pessoas que podem estar sorrindo e mantendo uma conversa educada, mas, não é preciso ser paranormal para sentir o caldeirão fervente de emoções infelizes que elas mantêm em segundo plano, esperando pelo próximo acontecimento para reagir, culpando ou confrontando uma pessoa, que poderá ser: a mãe, o chefe, a esposa, o marido, os filhos e tc.

Um exemplo bastante comum que, geralmente, ocorre no dia a dia de grande número de casais, é quando o marido chega em casa cansado depois de um dia de trabalho. O dia para ele pode ter sido péssimo, discutiu com o chefe, foi xingado no trânsito que estava caótico; o calor estava insuportável e, finalmente, quando chega em casa , já está estressado.

A irritação, o nervosismo, o cansaço, tudo levam a crer que a, qualquer momento, ele poderá reagir diante de uma pessoa ou situação em que se sinta provocado. É como uma válvula de escape, que precisa ser esvaziada para não explodir. Quando não temos consciência de que há caminhos alternativos para elaborar este processo, acabamos descontando tudo nos outros.

O marido ou a esposa que chegam em casa, cansados de mais um dia exaustivo de trabalho, podem ser as pessoas que mais reclamam - É o jantar que ainda não está pronto, a luz que ficou acesa no escritório, os brinquedos das crianças espalhados pela casa, o pó da estante que a faxineira não limpou, e por aí vai ; a reclamação, a critica, a cobrança acabam fazendo parte do cenário final.

Algumas esposas podem suportar quietas, ouvindo seus companheiros reclamarem, sem procurar defender-se, “engolindo o sapo”, aguardando que tudo aquilo passe rapidamente.
Não é incomum que, no decorrer do tempo, as mesmas acabem acumulando mágoas, ressentimentos e rancor; sentimentos estes que poderão no futuro ser somatizados para o corpo físico, ocasionando doenças e outros tipos de problemas.

Geralmente, as mulheres ou homens que acabam reagindo de outra forma, tentando defender o seu ponto de vista, são mais determinados e independentes, pois não têm muita “paciência” para aturar o “mau humor” e a "irritação de seus companheiros , tendo consciência de que o problema não esta exatamente com eles, mas sim com o outro ; então procuram de alguma forma, distanciar-se , pensando em outra coisa, ouvindo mas não permitindo que aquele tipo de energia seja assimilada.

Alguns fatores são comuns para o acontecimento das brigas e discussões familiares , porem, a maioria dos motivos são os mesmos, tanto para o homem quanto para a mulher, irritando-se ambas as partes, mas certamente algumas coisas irritam mais a um do que ao outro.
Problemas do cotidiano que acabamos descontando no parceiro são, geralmente, despertados por ações irritantes do dia a dia, que acabam tornando uma proporção bem maior do que realmente tem.

É importante que possamos ampliar nossa consciência, não permitindo que o outro determine a maneira como iremos nos sentir. Quando aprendemos a lidar com isto, procurando não nos envolver na energia negativa do outro, já estaremos dando o primeiro passo, para que toda esta carga direcionada a nós, retorne ao seu local de origem.

Num momento de confronto, “ouça sem ouvir” , procurando manter a sua Paz Mental e, sobretudo , a sua harmonia interna.
Respire fundo e, se preciso conte até mil antes de permitir que o outro o envolva , em suas emoções desequilibradas.